Turismo de negócios representa 40% dos visitantes de Salvador na baixa estação

Turismo de negócios representa 40% dos visitantes de Salvador na baixa estação

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Por Jornal Correio*

Arquivo/Correio

Publicado em 25/10/2024 às 09:36 / Leia em 4 minutos

É comprovado: quem chega a Salvador para participar de feiras e congressos gasta até três vezes mais do que turistas em lazer. Na baixa temporada, quando os viajantes ainda não estão de férias, o turismo de negócios sustenta o segmento na capital baiana, representando 40% dos visitantes. Não é de se estranhar, portanto, o interesse do setor em ampliar a capacidade de eventos desse tipo na cidade. Apenas em novembro, o Centro de Convenções Salvador (CCS) espera receber 30 mil visitantes na Boca do Rio.

Desde que foi fechado, o Centro de Convenções da Bahia (CCB), no Stiep, deixou marcas profundas no turismo de negócios de Salvador. O equipamento foi envolvido em um imbróglio judicial de ex-funcionários do Governo do Estado e amargou abandono. Sem ele, que chegou a receber a 12ª edição do Congresso da Organização das Nações Unidas (ONU), a capital baiana ficou sem espaços para eventos.

“A perda do Centro de Convenções da Bahia, há alguns anos, causou sérios problemas à hotelaria. Nesse momento de retomada após a pandemia, os negócios do novo centro têm sido muito importantes”, analisa Wilson Spagnol, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Seção Bahia (Abih-BA). Em junho, a Justiça cancelou penhora do CCB.

O cenário começou a mudar com a inauguração do novo centro de convenções, na Boca do Rio, em janeiro de 2020. De lá para cá, o equipamento recebeu 370 eventos, por onde passaram cerca de 900 mil pessoas. “Podemos dizer que, após cinco anos, completamos um ciclo que lançou o destino Salvador no mercado nacional. Conseguimos colocar Salvador dentro da rota de grandes eventos e congressos nacionais”, analisa Ludovic Moulin, diretor-geral do CCS.

Entre os eventos marcados para acontecer em novembro no equipamento está a Semana Brasileira do Aparelho Digestivo, considerado o segundo maior evento mundial da especialidade, entre os dias 21 e 24. “Nós temos capacidade para receber congressos de até 10 mil pessoas. No caso dos eventos desse tipo, a quantidade de pessoas é fixa. Já nas feiras, os visitantes entram e saem”, explica o diretor. A Bienal do Livro, realizada entre 26 de abril e 1º de maio deste ano, reuniu mais de 100 mil pessoas.

Para o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, o turismo de negócios ajuda a explicar o bom desempenho da ocupação hoteleira, que chegou aos 67,52% no mês passado. “O turismo de negócios é um elemento importante para conseguirmos atingir os resultados que estamos tendo. Este ano, mês a mês, batemos recorde de ocupação hoteleira na baixa estação, até bater o recorde para o mês de setembro”, avalia. A taxa de ocupação dos hotéis só ficou abaixo da registrada em janeiro, que foi de 71,75%.

O desempenho também é celebrado por Silvio Pessoa, presidente da Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade (Fetur). “O turismo de negócios representa 40% do movimento turístico na baixa estação. A ideia da prefeitura em fazer um novo centro de convenções é excelente para atender os hotéis do Centro da cidade”, diz. A gestão municipal planeja a construção de mais um equipamento no Centro Histórico, como revelou o prefeito Bruno Reis.

Perfil do turista de negócios

O perfil dos visitantes que vêm a Salvador para participar de congressos e feiras de negócios é formado, em sua maioria, por homens (64%), que possuem ensino superior (41%). Os dados são da Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult). A ocupação principal de 44% deles é o setor privado, seguido do setor público (16%) e mercado informal (15%). A renda varia entre três e 10 salários mínimos para 30% deles.

Wilson Spagnol, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, explica que os turistas de negócios também aproveitam as viagens para passear na cidade. “O turista de eventos procura locais que tenham bons equipamentos e uma ambientação social. Eles costumam ter maior poder aquisitivo e podemos prever as ocupações de hotéis na baixa temporada”, diz. Segundo a Secult, 49,19% dos turistas de negócios ficam hospedados em hotéis e 46,5% deles passam até duas noites em Salvador.

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