Cérebro de Maguila será doado para estudo sobre doenças causadas por traumas no esporte

Cérebro de Maguila será doado para estudo sobre doenças causadas por traumas no esporte

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

Divulgação

Publicado em 24/10/2024 às 07:31 / Leia em 2 minutos

José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, um dos grandes nomes do boxe brasileiro, faleceu nesta quinta-feira (24), aos 66 anos, após uma longa batalha contra a encefalopatia traumática crônica (ETC). A condição, também conhecida como “demência pugilística”, afeta principalmente atletas de esportes de contato e é resultado de impactos repetidos na cabeça, comuns em modalidades como o boxe e o MMA.

Maguila, que estava internado devido à doença, havia decidido junto com sua família, ainda em 2018, doar seu cérebro para estudos científicos na Universidade de São Paulo (USP). A intenção é ajudar nas pesquisas sobre o avanço e prevenção de doenças neurodegenerativas causadas por traumas repetitivos, como a ETC.

A esposa do ex-lutador, Irani Pinheiro, confirmou a morte e a decisão de seguir adiante com a doação. Especialistas acreditam que essa contribuição será essencial para melhorar o entendimento sobre a condição e, quem sabe, desenvolver formas de prevenção para atletas que sofrem com esse tipo de impacto.

Ao Metrópoles, o neurologista Renato Anghinah, da Faculdade de Medicina da USP, elogiou a decisão da família. “Estudar cérebros de atletas que foram afetados por esse tipo de doença é vital para encontrar maneiras de prevenir e tratar o problema, que ainda é pouco conhecido”, destacou.

Grandes nomes do esporte, como Muhammad Ali, também foram diagnosticados com a condição, que muitas vezes passa despercebida até que os sintomas — como perda de memória e confusão mental — se agravem. A ETC, vale ressaltar, não tem cura.

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