Em 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) intensificou o combate à adulteração de azeite de oliva no Brasil, resultando na proibição de 29 marcas e na apreensão de cerca de 100 mil litros de produtos fraudados. O órgão emitiu 48 autos de infração contra empresas que misturaram óleos vegetais desconhecidos ao azeite, comprometendo a qualidade e colocando em risco a saúde dos consumidores.
Entre as ações de maior destaque está a Operação Getsêmani, realizada em março. Nessa operação, mais de 60 mil litros de azeite extravirgem foram confiscados em uma fábrica clandestina em Saquarema, no Rio de Janeiro, além de 37,5 mil litros de óleo de soja. A fraude teria permitido a produção de quase 200 mil garrafas de azeite adulterado.
Ludmilla Verona, coordenadora de Fiscalização da Qualidade Vegetal do Mapa, explicou que a maioria das fraudes ocorre dentro do Brasil, durante o processo de envase. “Os azeites chegam legalmente ao país, mas são misturados com outros óleos vegetais durante a embalagem, aumentando o rendimento do produto e enganando o consumidor”, afirma, em entrevista à Agência Brasil.
O Ministério também alerta para a necessidade de atenção redobrada ao adquirir azeite. “Preços muito abaixo da média de mercado podem indicar fraudes. É importante verificar a data de validade, os ingredientes no rótulo e optar por marcas com procedência confiável”, reforçou Ludmilla.
As operações devem continuar ao longo do ano, e as empresas que insistirem na comercialização de produtos adulterados estarão sujeitas a penalidades legais.
A lista de lotes irregulares e as empresas responsáveis pela comercialização estão disponíveis no site do Mapa, com orientações para que os consumidores interrompam o uso dos produtos e, se possível, realizem a troca no local da compra.