Aos 66 anos, morre Maguila, lenda do boxe brasileiro

Aos 66 anos, morre Maguila, lenda do boxe brasileiro

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Reprodução/Redes sociais

Publicado em 24/10/2024 às 15:40 / Leia em 3 minutos

O Brasil se despede, nesta quinta-feira (24) de uma lenda do boxe. José Adilson Rodrigues dos Santos, popularmente conhecido como Maguila, faleceu aos 66 anos, em São Paulo. Ícone dos ringues, Maguila foi um dos maiores pugilistas da história do país, destacando-se como o principal peso-pesado e dono de uma das mais potentes direitas do boxe nacional. Ele lutava há anos contra a encefalopatia traumática crônica, conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013.

A confirmação do falecimento foi feita por sua esposa, Irani Pinheiro, em entrevista à TV Record.

2fE3POF.md.jpg

José Adilson Rodrigues dos Santos, popularmente conhecido como Maguila

Uma trajetória de vitórias

Nascido em 11 de julho de 1958, em Aracaju, Maguila construiu uma carreira de 17 anos com um impressionante cartel de 85 lutas, sendo 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico. Seu carisma e entrevistas marcantes o tornaram um ídolo nacional. Entre seus embates mais memoráveis estão as lutas contra lendas como Evander Holyfield e George Foreman.

Maguila se apaixonou pelo boxe ainda jovem, assistindo às lutas de Éder Jofre e, principalmente, de Muhammad Ali, em uma TV preto e branco na casa de um vizinho. Inspirado pelo ídolo, que compartilhava a mesma categoria peso-pesado, ele traçou o caminho para se tornar campeão no Brasil.

Eu sempre fui fã do Muhammad Ali, do Cassius Clay. Quando eu comecei a assistir às lutas, nem televisão tinha em casa, revelou Maguila ao ge em 2015.

2fEK4Zg.md.jpg

José Adilson Rodrigues dos Santos, popularmente conhecido como Maguila

Demência pugilística

Maguila foi diagnosticado em 2013 com encefalopatia traumática crônica, uma condição neurodegenerativa irreversível causada por repetidos golpes na cabeça, também conhecida como demência pugilística. Outros grandes nomes do esporte, como o pugilista Éder Jofre e o zagueiro Bellini, campeão mundial em 1958, também foram vítimas da doença.

Os primeiros sinais de alerta surgiram com esquecimentos frequentes, que foram se agravando, culminando em episódios de desorientação e agressividade. Inicialmente, foi diagnosticado com Mal de Alzheimer em 2010, mas o diagnóstico correto veio três anos depois.

Em um gesto de solidariedade e contribuição para a ciência, Maguila e sua família decidiram doar seu cérebro para pesquisas. O órgão será estudado pela Universidade de São Paulo, em um projeto que investiga as consequências de impactos repetidos na cabeça em esportes como boxe e futebol. A iniciativa busca avançar na prevenção e tratamento de lesões cerebrais em atletas.

Alô Alô Bahia no seu WhatsApp! Inscreva-se

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia

Compartilhe