Irmãos Menendez podem ser soltos após revisão do caso pelo promotor de Los Angeles; entenda

Irmãos Menendez podem ser soltos após revisão do caso pelo promotor de Los Angeles; entenda

Redação Alô Alô Bahia

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Tiago Mascarenhas

Getty Images

Publicado em 23/10/2024 às 18:37 / Leia em 4 minutos

O caso dos irmãos Erik e Lyle Menendez, que chocou os Estados Unidos no final dos anos 1980, pode estar prestes a ganhar um novo desdobramento. O promotor público de Los Angeles, George Gascón, decidiu antecipar a decisão sobre o pedido de habeas corpus dos irmãos, condenados à prisão perpétua sem direito a condicional pelo assassinato dos pais, José e Kitty Menendez, em 1989.

A revisão do caso, impulsionada pela popularidade renovada dos irmãos após a série “Monstros – Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais”, da Netflix, pode mudar os rumos de uma das condenações mais famosas da história recente dos EUA.

Em agosto de 1989, os irmãos assassinaram os pais a tiros na sala da mansão da família, localizada em Beverly Hills. Inicialmente, Erik e Lyle alegaram que estavam no cinema no momento do crime e chegaram a culpar a máfia, mas suas histórias começaram a se desmoronar quando gastaram milhões de dólares da herança familiar em carros de luxo e outros bens pouco tempo depois do assassinato. A reviravolta no caso veio quando gravações de sessões de terapia, nas quais confessavam o crime, foram aceitas como prova.

Embora a promotoria da época tenha defendido que os irmãos mataram por ganância, visando a fortuna dos pais, a defesa argumentou que os jovens eram vítimas de anos de abusos sexuais e psicológicos praticados pelo pai, com o conhecimento da mãe. Essa tese, no entanto, não foi suficiente para evitar a condenação à prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional, em 1996.

Agora, mais de 30 anos depois, o pedido de habeas corpus busca reverter essa condenação, apresentando novas evidências. Entre elas está uma carta de Erik Menendez, escrita em 1988, um ano antes do crime, na qual ele relata ao primo os abusos que estava sofrendo. “Ainda está acontecendo, Andy, mas é pior para mim agora. Eu nunca sei quando vai acontecer de novo e isso está me deixando louco”, escreveu Erik, referindo-se ao comportamento abusivo do pai.

O promotor Gascón, que havia marcado uma audiência para novembro, antecipou o prazo para dar uma resposta, diante da atenção que o caso voltou a receber. “Pretendo ter uma decisão até o final desta semana”, declarou Gascón à CNN norte-americana. Ele também destacou que seu escritório estava revisando o caso há mais de um ano, impulsionado pelo pedido da defesa dos irmãos e a pressão pública.

O crime dos irmãos Menendez se tornou um dos casos criminais mais midiáticos dos Estados Unidos. A brutalidade do assassinato e o envolvimento de uma família rica e bem conectada com Hollywood deram combustível para a cobertura incessante da mídia, que acompanhou o desenrolar de três julgamentos ao longo de sete anos.

Lyle e Erik, que à época do crime tinham 21 e 18 anos, respectivamente, confessaram ter matado os pais à queima-roupa com espingardas, disparando seis tiros contra o pai e dez contra a mãe. No entanto, a defesa sempre manteve que os assassinatos foram resultado de anos de abusos sexuais por parte do pai, que também era um executivo de Hollywood, e de negligência da mãe. O argumento da defesa dividiu o público e o júri, que demorou sete anos e três julgamentos para, finalmente, condenar os irmãos.

A série da Netflix reacendeu o interesse no caso, especialmente entre as gerações mais jovens, que não acompanharam o julgamento original. Além disso, um documentário lançado recentemente com entrevistas diretas dos irmãos da prisão também contribuiu para o retorno do caso aos holofotes.

A decisão de Gascón, esperada para os próximos dias, pode abrir caminho para uma nova sentença ou até mesmo a libertação dos irmãos. A expectativa é grande, tanto entre os apoiadores dos Menendez, que acreditam que eles foram vítimas de uma justiça falha, quanto entre os críticos, que defendem a manutenção da pena de prisão perpétua.

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