Pai Pote: Importante babalorixá do Recôncavo baiano será homenageado em filme

Pai Pote: Importante babalorixá do Recôncavo baiano será homenageado em filme

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Luana Veiga

Divulgação

Publicado em 12/10/2024 às 07:35 / Leia em 2 minutos

Importante liderança religiosa do Recôncavo baiano e presidente do Bembé do Mercado, Pai Pote terá sua trajetória contada em filme. A obra, que tem lançamento previsto para 2025, terá como destaque momentos marcantes como a criação do terreiro Ilê Axé Ojoanirê, fundado pelo babalorixá, até uma lavagem realizada em Paris. “Eu me sinto realizado com esse filme porque falar de mim é falar da população negra não só da Bahia, mas também do Recôncavo, da comunidade santamarense, dos meus filhos de santo. Do negro que vem lá do interior como uma resistência, lutando pelo nosso povo, por igualdade racial. Isso, e também fazendo cultura, fazendo a política cultural com nossa comunidade”, comenta o babalorixá, que enxerga o longa como “uma reparação daquilo que não foi dado à população negra”.

O projeto foi idealizado pela cineasta Laís Lima, neta de santo de Pai Pote, que dedicou grande parte de sua carreira ao registro audiovisual do Recôncavo e do Bembé, com cenas do samba de roda, as caretas de Acupe, a capoeira, o Nego Fugido, e outras formas de expressão cultural. “Comecei a pensar que eu precisava registrar esse trabalho que o Pai Pote vem fazendo, fazer com que o mundo conheça a vida de Pai Pote. Como um homem, negro, gay, de Santo Amaro, de família pobre, vem revolucionando esse Bembé, essa manifestação religiosa de pessoas negras com mais de 135 anos de existência”, afirma Laís.

Filho da feirante Carmelita Lima com o agricultor José Chaves, Pai Pote acumula 39 anos dedicados ao Candomblé, atuando como um verdadeiro embaixador da cultura da Bahia e da religião de matriz africana. Há 30 anos, fundou o terreiro Ilê Axé Ojoanirê, em Santo Amaro, e iniciou um trabalho de salvaguarda com a comunidade, especialmente no Bembé do Mercado. “Ele tirou o Bembé da marginalidade da nossa sociedade. A nossa sociedade deixa a cultura da população negra muito à margem, e ele trouxe o Bembé para um cenário de protagonismo em Santo Amaro. Ele tirou o Bembé do esquecimento, e o tornou bem imaterial do Brasil”, avalia Laís.

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