No Dia do Nordestino, conheça cinco negócios baianos que ganharam o Brasil e o mundo

No Dia do Nordestino, conheça cinco negócios baianos que ganharam o Brasil e o mundo

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Maria Marques

Divulgação

Publicado em 08/10/2024 às 20:15 / Leia em 7 minutos

Indo de contra toda xenofobia que infelizmente possa existir, alguns empresários filhos da terra têm feito do Brasil e até do mundo os seus mercados. A perfumaria Avatim, as chocolateria Mendoá, os alimentos saudáveis de Tia Sônia e as fashion labels Dendezeiro e Isaac Silva levam bem a sério o jargão “a Bahia é o mundo”. Conheça um pouco dessas marcas baianas e entenda a relevância nacional e internacional de cada uma.

Avatim

Em Tupi, Avatim significa cheiros da terra. E é nos frutos, nas flores e nos aromas da biodiversidade brasileira que a marca de cosméticos e perfumaria encontra matéria-prima para tornar literal a inspiração. Inspire. Sentiu o perfume no ar? Deve ser porque a empresa ilheense é precursora em perfumes para ambientes. Além das fragrâncias corporais, a marca vende esfoliantes, sabonetes, difusores e velas.

Com sua primeira fábrica montada em 2002, a Avatim tem 250 lojas espalhadas por 26 capitais e nos interiores, com exceção do Macapá. São Paulo é o polo com mais unidades. Também entram na rede mais de 3.000 revendedores e distribuidores. Sim, a franquia começou de porta em porta, até que chegou à Europa. Em 2017, a Avatim atravessou o oceano e atracou em Portugal. De vento em popa, este ano, César Faveiro e Mônica Burgos, sócios-fundadores, já conquistaram a quarta operação portuguesa e pretendem expandir rumo a outros países europeus, América do Sul e México.

César e Mônica são amigos e tocam a Avatim juntos | Foto: Divulgação

Mendoá

É no sul da Bahia a terra do chocolate. Mas algo mudou por lá: a região que, tradicionalmente, colhia cacau aos montes para uso industrial, hoje é berço de uma vastidão de marcas chocolates de origem. Da água para o vinho. Ou melhor, tree to bar [da árvore à barra]. Nesse universo saboroso, a Mendoá Chocolates tem o seu lugar ao sol muito bem estabelecido. Tudo se deve à perspicácia visionária de Raimundo Mororó, pesquisador, professor universitário e pioneiro nesse processo de beneficiamento do cacau.

Legitimamente baiana de Ilhéus, a Mendoá coleciona selos e certificados nacionais e internacionais em seus produtos. Fez história e foi a primeira marca brasileira a ter stand próprio no Salon do Chocolat de Paris. Saídos da Fazenda Riachuelo, sob a vegetação nativa da Mata Atlântica, os chocolates ultrapassam as fronteiras brasileiras e deixam na boca um gostinho de quero mais – literalmente –, já que são referência em retrogosto, isto é, o sabor que permanece na boca após a degustação.

Seu Mororó, inclusive, abre as portas da fantástica fábrica da Mendoá a qualquer um que tenha curiosidade de conhecê-la. É no mesmo endereço da fazenda. Basta solicitar o agendamento pelo e-mail visitacao@mendoachocolates.com.br. Custa entre R$ 40 e R$ 80 e dá direito a degustar as delícias, ao fim da visita guiada.

Raimundo Mororó criou não só a Mendoá Chocolates, mas idealizou o processo tree to bar | Foto: Divulgação

Dendezeiro

Pedro Batalha e Hisan Silva já andavam inquietos com a monotonia que percebiam pairar no mercado da moda. Em 2019, tomaram uma atitude e resolveram se aventurar no universo fashion. E deu no que deu. A Dendezeiro, hoje, virou uma etiqueta que celebra a força preta do nordeste do Brasil. Ancestralidade, religião e regionalidade se unem a conforto. Com a Dendezeiro, Pedro e Hisan dão um recado à indústria de que as medidas brasileiras têm suas minúcias. Por isso, amarrações internas e externas operam a favor de quem veste as peças, completamente ajustáveis e agênero.

E olhe que o pontapé inicial foi dado por Batalha que aprendeu sozinho a mexer em uma máquina de costura. Esse espírito perdura, guardadas as devidas proporções, já que a grife funcioma com coleções-cápsulas feitas em esquema slow fashion, numa recusa a grandes coleções e ao tradicional calendário das estações. Revolucionária e soteropolitana, a Dendezeiro fez sua estreia na SPFW com a coleção Tabuleiro, em junho de 2022. Dividida em cinco pratos principais (acarajé, abará, caruru, vatapá e cocada), com texturas, miçangas e elementos que referenciam a cultura baiana e o tabuleiro de acarajé.

Hisan Silva e Pedro Batalha fazem uma ode à diversidade de tons, texturas e corpos através das criações da Dendezeiro | Foto: Divulgação

Isaac Silva Brand

De tanto acreditar no seu axé, Isa Isaac Silva tem tido êxito em fazer o mundo descobrir e desejar as suas peças. Veterana da moda nacional, a designer autora da Isaac Silva Brand desfilou suas criações, pela primeiríssima vez em setembro deste ano, em solo internacional. E que solo! Foi na passarela do Consulado Brasieiro dos Estados Unidos, em Nova York, durante o Brazilian Fashion Day, que Isa viu brilhar a coleção “Axé Odara Dete Lima”, inspirada no trabalho da estilista do bloco afro Ilê Aiyê – que, em 2024, celebra meio século de vida.

Menina de Barreiras, Isa costuma quebrar barreiras ao trazer inspiração nas raízes afroindígenas ao seu trabalho. Cores e misticismo são elementos fartos nas roupas fluidas, que vestem corpos diversos e não fazem distinção de gênero. A frase “Acredite no seu axé”, seu lema pessoal, se tornou um must, e hoje estampa de camisetas e macacões a braceletes. A estilista possui dois endereços comerciais na capital paulista: uma loja na Santa Cecília e outra em Pinheiros.

Isa Isaac Silva dá um banho de axé com suas criações | Foto: Divulgação

Tia Sônia

Não tem páreo para a Tia Sônia. Até porque ela é a pioneira no ramo de granolasprimeira do Nordeste e segunda do Brasil. Com sede em Vitória da Conquista e centros de distribuição situados em Salvador, Recife e São Paulo, a marca, por mais que seja a líder em vendas de granola no Nordeste, deu uma guinada em direção à diversificação de seus produtos. Hoje em dia, comercializa pasta de amendoim, barras de proteína e de cereais, bebidas, snacks e até aveia, linhaça, proteína de soja e sal rosa.

É curioso pensar que a famosa receita de granola caseira foi criada pela própria Tia Sônia para que seu filho Marcos Fenício, atual CEO da empresa, tivesse um lanche numa viagem às trilhas de Machu Picchu, no Peru. Lá, a granola foi dividida entre amigos, que passaram a incentivar a venda dos produtos. Agora, a Tia Sônia antecipou ao Alô Alô Bahia que está nos planos da empresa começar a exportar para fora do país, mas não deram mais detalhes nem de quando nem para onde.

Tia Sônia (in memoriam) e seu filho, Marcos Fenício, fizeram da granola um dos negócios mais prósperos do país | Foto: Arthur Garcia/Divulgação

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