Geraldo Marcolini desembarca pela primeira vez na Bahia com a exposição “Olho D’água”

Geraldo Marcolini desembarca pela primeira vez na Bahia com a exposição “Olho D’água”

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Luana Veiga

Divulgação

Publicado em 08/10/2024 às 15:04 / Leia em 3 minutos

O renomado artista carioca Geraldo Marcolini vai desembarcar pela primeira vez na Bahia com a exposição “Olho D’água”, que propõe uma livre investigação sobre o estado da pintura, tendo como ponto de partida o uso de fotografias ou mesmo de imagens capturadas na internet. A mostra fica em cartaz de 11 de outubro a 16 de novembro, na Alban Galeria, em Salvador.

“Olho D’água” reúne 14 obras realizadas por Marcolini nos últimos quatro anos, entre elas paisagens aquáticas e algumas cenas de banhistas, que tratam dos efeitos de luz, transparências, reflexos e refrações.” Desde o início da minha carreira, a fotografia tem servido de ponto de partida para as pinturas. Busco uma transposição das imagens para a tela que priorize os aspectos inerentes à pintura, como a fatura, as camadas e a fluidez do meio“, justifica o artista, que tem uma trajetória marcada por mostras individuais e coletivas no Brasil e exterior, com passagem por cidades como Berlim, Estocolmo, Lisboa e Genebra, por exemplo.

Nessa sua abordagem, o carioca busca destacar a interseção entre a fotografia e a pintura, revelando aspectos híbridos destes meios. “Busco partir de cenas quase sempre anônimas e despovoadas, lugares quaisquer, sem apelo à narrativa, para destacar o que realmente me interessa, que são os processos e procedimentos da pintura”, observa.

dyKQGTb.md.jpg 

Refletindo sobre a imagem

A importância investigativa do trabalho desenvolvido por Marcolini é ressaltada pela curadora sênior, professora e doutora em História da Arte pela Universidade de São Paulo, Fernanda Pitta. Segundo ela, o artista há muito se distancia de narrativas e simbolismos, focando na materialidade da pintura e na aparição das coisas no mundo. “Ainda que quase sempre tenha se dedicado ao gênero que chamamos de paisagem, tampouco lhe preocupa explorar a história ou ideologia visual do gênero em si, tomando-o como um campo que lhe permite uma liberdade de experimentação para além de aspectos discursivos da representação.”, observa ela.

Como lembra Pitta, mais recentemente Marcolini tem se voltado para a pintura de paisagens aquáticas, mantendo o foco na água como um elemento que mistura e reflete e que cria ambiguidade entre o dentro e o fora, embaralhando pontos de vista. “Naquelas em que a figura humana aparece, na qualidade de banhistas – outro tema histórico da pintura – sua atenção à fenomenologia das imagens, à permeabilidade das formas e cores, é capaz de colocar em dúvida o condicionamento que nos faz separar seres humanos dos outros seres do mundo. A aparência não contradiz a realidade, ao contrário. Na superfície desses olhos d’água aflora a profundeza do estar no mundo”, conclui a curadora.

 

Alô Alô Bahia no seu WhatsApp! Inscreva-se

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia

Compartilhe