Nas eleições municipais deste ano, o Brasil alcançou um marco histórico. O pleito elegeu o maior número de candidaturas LGBTQIA+ até hoje. Ao todo, 225 pessoas que se identificam como LGBTQIA+ garantiram vagas em diversas esferas políticas, inclusive no comando de três prefeituras. Esta foi a primeira vez que os candidatos informaram orientação sexual e identidade de gênero à Justiça Eleitoral.
Alpinópolis (MG) e Santa Bárbara do Tegúrio (MG) terão homens cis gays como chefes do Executivo municipal: Rafael Freire, do PSB, e Donatinho, também do PSD, respectivamente. Em Bonito, cidade pertencente à Chapada Diamantina, aqui na Bahia, um homem cis assexual, Edinho Bella, do PSD, será o novo prefeito.
Apesar da conquista em 2024, o Brasil possui 5.570 municípios, o que torna o número de 225 candidaturas eleitas uma ínfima fração de aproximadamente 3,5% do território nacional. Em Salvador, a representação da comunidade na Câmara Municipal que já era pequena foi reduzida a zero. Nem mesmo Laina Crisóstomo e Cleide Coutinho, que têm a candidatura coletiva ‘Pretas por Salvador’, pelo Psol, conseguiram se reeleger.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contabilizou 967 candidaturas trans registradas em todo o país. Entre os vitoriosos, destacam-se 26 lideranças. Uma das postulantes trans com número mais expressivo de votos foi Amanda Paschoal, do Psol, a quinta mais votada na cidade de São Paulo.
Fortemente apoiada pela deputada federal Erika Hilton, sua companheira de partido –a primeira travesti a ser eleita vereadora em São Paulo, há quatro anos atrás–, Amanda recebeu mais que o dobro do número de votos que sua mentora teve. Erika teve 50.508 votos em 2020, enquanto Amanda recebeu 108.624 votos.
Mulher lésbica, a ex-companheira de Marielle Franco, Monica Benício, garantiu vaga na Câmara Municipal do Rio de Janeiro pela segunda vez, com 25 mil votos.