Artistas baianos estarão na próxima edição da bienal do MAM São Paulo, em outubro

Artistas baianos estarão na próxima edição da bienal do MAM São Paulo, em outubro

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

José Mion

Daniel Guimarães/A2IMG

Publicado em 30/09/2024 às 09:09 / Leia em 4 minutos

Antonio Tarsis, Jayme Fygura, José Adário dos Santos e Rebeca Carapiá são os artistas cujas obras representam a Bahia no 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil Graus, projeto bienal do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, de 5 de outubro de 2024 a 26 de janeiro de 2025.

Com tema que reflete as urgências do tempo presente, a proposta curatorial do projeto expositivo é elaborar criticamente a realidade atual do Brasil sob a noção de calor-limite — conceito que alude a uma temperatura em que tudo derrete, desmancha e se transforma. O evento busca traçar um horizonte multidimensional da produção artística contemporânea nacional, estabelecendo pontos de contato e contraste entre diversas pesquisas e práticas que, em comum, compartilham uma alta intensidade energética.

A curadoria de Germano Dushá e Thiago de Paula Sousa, e curadoria-adjunta de Ariana Nuala, traz 34 artistas de diversas gerações. A diversidade de mídias e linguagens derivadas desse corpo artístico é reflexo final da pluralidade que orientou a formulação do projeto: há artistas que trabalham com matérias orgânicas e mídias tradicionais, alguns com práticas espontâneas ligadas a conhecimentos tradicionais e outros mais vinculados a formações acadêmicas. Se somam a eles artistas que trabalham experimentações com novas mídias, tecnologias que são pouco convencionais ao circuito artístico, recursos e imagens digitais, equipamentos industriais e materiais artificiais.

Saiba mais sobre os baianos confirmados no evento:

Antonio Tarsis – nascido em Salvador em 1995, adota o reprocessamento de objetos cotidianos como tática de composição e crítica. Caixas de fósforo, caixotes de feira e fragmentos de carvão são exemplos de elementos cuja fragilidade e caráter descartável são aproveitados por Tarsis como registros visíveis da ação do tempo. Ele leva ao evento a obra “Ascendendo o Silêncio”, que toma o centro de uma das alas do campo expositivo. Composta por um tronco de eucalipto carbonizado suspenso no teto e um amplo círculo feito com pedaços de carvão no chão, a instalação faz gotejar água do tronco de ponta-cabeça direto no metal.

Jayme Fygura – artista plástico, gráfico, pintor, escultor, desenhista, performático natural de Cruz das Almas, atuava desde o início da década de 1980 nas ruas de Salvador, deixando marcas da sua imagem pelo Centro Histórico da cidade. Autodidata, dizia ter sido “salvo” pelo desenho. Falecido durante a concepção do 38º Panorama, Fygura é o único artista não vivo a compor a exposição e sua participação é uma homenagem à sua trajetória e à sua obra, que combina a pintura, com a tradição da escultura em metal, da poesia marginal, do rock e das denúncias de opressões cotidianas.

José Adário dos Santos – nascido no bairro de Caixa d’Água, em Salvador, aos 11 anos iniciou-se no ofício de ferreiro de santo com o seu mestre e mentor Maximiano Prates. Desde então, fabrica portões, agogôs e ferramentas de santo, instrumentos de percussão e esculturas de ferro que operam uma espécie de mediação entre os homens e os deuses no candomblé. Hoje, é reconhecido por honrar as raízes afro-diaspóricas que povoam a cultura de sua região. O artista traz ao 38º Panorama um conjunto de esculturas que se referem a divindades e entidades como Ogum Oniré, Oxossi Odé, Agué, Padilha e Exu.

Rebeca Carapiá – artista visual, nascida na Cidade Baixa, em Salvador, se interessa pelas relações produzidas entre a linguagem, o conflito, o corpo e o território, onde cria e organiza um conjunto de práticas e reflexões através de diferentes plataformas de exibição, formação e experimentação artística. Através de esculturas, cobre sobre tela, desenhos, instalações, gravuras, textos e objetos, sua pesquisa busca criar uma cosmologia em torno dos conflitos das normas da linguagem e do corpo, além de ampliar um debate geopolítico que envolve memória, racismo ambiental, economias da precariedade, tecnologias ancestrais, dissidências sexuais e de gênero e as relações de poder entre o discurso e a palavra. No evento, ela apresenta uma grande peça que remete tanto a uma escrita urbana quanto a códigos de outros tempos.

O 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil Graus poderá ser visitado de terça a domingo, das 10h às 21h, gratuitamente.

Alô Alô Bahia no seu WhatsApp! Inscreva-se

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia

Compartilhe