Após superlotação de circuito, organizadores do Carnaval discutem equilíbrio na programação

Após superlotação de circuito, organizadores do Carnaval discutem equilíbrio na programação

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Por Maysa Polcri para o Correio*

Fabrício Costa

Publicado em 19/09/2024 às 10:10 / Leia em 4 minutos

Falta de energia, superlotação de circuitos, defeitos em trios elétricos e horas de atraso no Farol da Barra. Esses foram alguns dos momentos que levantaram a discussão sobre a concentração de artistas na orla de Salvador, durante o Carnaval. Buscar estratégias para equilibrar a programação da maior festa de rua do planeta é um dos assuntos abordados na VI edição do Fórum do Carnaval de Salvador, que começou na quarta-feira (18) e continua nesta quinta (19).

Apesar de ter garantido que não haverá mudanças e nem criação de novos circuitos no ano que vem, o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, falou que o assunto poderá ser debatido após a folia de 2025. Segundo ele, a prefeitura trabalha ouvindo os organizadores da festa e buscando consenso entre as partes para buscar equilíbrio nas ações.

“O que defendo é que o Carnaval precisa ter equilíbrio. Precisamos de mais blocos, porque hoje temos poucos, além de mais espaço para o folião pipoca e mais camarotes, que hoje há menos espaço para eles por conta da evolução imobiliária da cidade”, comentou o presidente da Saltur durante a abertura do fórum, no Wish Hotel da Bahia, no Campo Grande.

Isaac Edington participou da mesa de abertura do evento, ao lado de Washington Paganeli, presidente do Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares (Comcar), e de Giuliana Brito, subsecretária de Turismo do Estado da Bahia. Eles falaram sobre a importância de se discutir os rumos da festa que complementa a engrenagem da economia da capital. Só neste ano, o Carnaval de Salvador movimentou mais de R$ 2 bilhões e contou com 11 milhões de foliões nos circuitos oficiais.

“O Carnaval vem crescendo e mudando a cada ano. Nós queremos ouvir, do público, o que ele acha e quer para o Carnaval para que a gente possa entregar uma festa melhor. Estamos abertos a ouvir sugestões sobre se seria viável a criação de um novo circuito e como criaria”, falou Washington Paganeli.

O presidente do Comcar também comentou sobre iniciativas para evitar problemas como os que aconteceram na festa deste ano. “Sobre a superlotação, existem alguns locais onde isso acontece. Se você chegar na Barra, ela não está toda superlotada, existem alguns momentos. Se a Barra está mais cheia, podemos colocar uma atração mais forte na Avenida (Circuito Campo Grande). É preciso equilibrar o público e repensar o Carnaval”, falou.

No sábado de Carnaval deste ano, trios elétricos tiveram problemas durante a madrugada, o que atrasou a programação durante todo o dia no Circuito Barra-Ondina. O bloco Coruja, comandado por Ivete Sangalo, foi um dos prejudicados. Foram três horas de atraso para o início do desfile, e a cantora chegou a ser ultrapassada pelo trio de Léo Santana, o que causou momentos de tensão em frente ao Farol da Barra. No dia seguinte, parte do circuito ficou sem energia por mais de uma hora.

O “equilíbrio” discutido também inclui a diversidade de atrações. Cláudio Araújo, presidente da Liga de Blocos Afro, falou sobre as dificuldades enfrentadas pelas agremiações. “Precisamos dialogar. Não dá mais para não termos os mesmos direitos. Sem os blocos afro, não existe Carnaval. Mas ainda precisamos cobrar porque não temos o reconhecimento”, falou. Neste ano, a prefeitura de Salvador investiu cerca de R$ 8 milhões nos blocos afro e afoxés, além de ter apoiado 130 entidades de matriz africana independentes.

Alô Alô Bahia no seu WhatsApp! Inscreva-se

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia

Compartilhe