A Guarda Costeira dos Estados Unidos revelou, na última segunda-feira (11), uma das últimas mensagens enviadas pela tripulação do submarino Titan antes de sua trágica implosão. De acordo com a recriação visual apresentada durante uma audiência que a CBS teve acesso, a tripulação havia se comunicado com a equipe de suporte do navio Polar Prince, informando que “tudo bem aqui”, momentos antes da perda de contato. O acidente vitimou cinco pessoas que estavam a bordo, incluindo Stockton Rush, cofundador da empresa OceanGate.
A investigação sobre o ocorrido, conduzida pela Guarda Costeira, apresentou uma animação que detalhou os eventos que levaram ao colapso do submersível. As mensagens trocadas entre o Titan e o Polar Prince foram feitas por texto, e o último contato foi durante uma conversa sobre a profundidade e o peso da embarcação enquanto ela descia em direção ao naufrágio do Titanic.
Na audiência, Tony Nissen, ex-diretor de engenharia da OceanGate, revelou que se sentiu pressionado a preparar o submersível para o mergulho. Nissen declarou que recusou o pedido de pilotar o Titan em uma viagem anos antes, afirmando que o submersível não estava operando como deveria. “Eu não vou entrar nele”, disse o engenheiro ao ser questionado por Stockton, CEO da OceanGate, sobre pilotar o veículo.
O submarino havia sido deixado sem proteção contra os elementos durante sete meses, entre 2022 e 2023, e o casco nunca passou por uma revisão de terceiros, procedimento comum em operações desse tipo. A audiência destacou que esses fatores, aliados ao design não convencional do Titan, geraram críticas dentro da comunidade de exploração submarina.
O Marine Board of Investigation, o mais alto nível de investigação da Guarda Costeira, é o responsável por conduzir os procedimentos para apurar as causas da tragédia. Ao final das investigações, recomendações serão enviadas ao comandante da guarda. O National Transportation Safety Board também está envolvido na apuração dos fatos.
“Não há palavras para aliviar a dor das famílias que perderam seus entes queridos neste trágico acidente”, disse Jason Neubauer, chefe do Office of Investigations da Guarda Costeira. “Esperamos que esta audiência nos ajude a entender o que aconteceu e a prevenir que uma tragédia como essa ocorra novamente”, completou.
Além de Rush, entre os mortos estavam o experiente explorador submarino Paul-Henri Nargeolet; Shahzada Dawood e seu filho de 19 anos, Suleman Dawood, membros de uma importante família paquistanesa; e o empresário britânico Hamish Harding.
A empresa proprietária do Titan suspendeu suas operações após o incidente. A companhia afirmou que está cooperando integralmente com as investigações e será representada por um advogado durante as audiências. Outros ex-funcionários da OceanGate, como David Lochridge, ex-diretor de operações, e Steven Ross, ex-diretor científico, ainda devem prestar depoimentos.
A audiência segue com testemunhos de autoridades da Guarda Costeira, cientistas e membros da indústria.
Com informações da CBS*
