Em reunião com prefeitos dos 62 municípios amazonenses nesta terça-feira (10), em Manaus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o investimento de R$ 500 milhões para garantir a navegabilidade segura e o escoamento de insumos, para reduzir efeitos da forte estiagem que atinge a região. “A nossa principal agenda aqui no Amazonas é tratar da questão da seca e das queimadas, que levamos muito a sério. Muitas queimadas durante este período são propositais e ocorrem em propriedades privadas. Estamos enfrentando a maior seca dos últimos 40 anos”, disse Lula.
“Esse fogo é criminoso. É gente que está tentando colocar fogo para destruir esse país”, disse Lula, lembrando que 85% das propriedades afetadas no Pantanal são privadas, o que reforça a necessidade de uma resposta mais rigorosa às queimadas ilegais.
O evento ocorreu na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e contou com uma comitiva de ministros de Estado. Para o Amazonas, foram destinados R$ 15 bilhões via Novo PAC, informou o presidente. “Até abril, foram aplicados R$ 4,2 bilhões. E não fui eu, Lula, quem decidiu as obras prioritárias para o estado. Foram o governador e os prefeitos.”
“Eu não quero transformar a Amazônia num santuário da humanidade, eu quero preservar a Amazônia e, junto com a preservação, cuidar de melhorar a vida do povo que vive aqui. A gente tem é que valorizar aqueles que deixam a floresta em pé, pagando pra eles o benefício da coragem de preservar”, destacou o presidente.
O anúncio trata dos editais para quatro obras de dragagens de manutenção nos rios Amazonas e Solimões. As obras integram as ações federais em resposta à pior seca enfrentada pela Amazônia em 45 anos. Serão quatro trechos de dragagem de manutenção e sinalização náutica no Amazonas. Os trechos contemplados incluem Manaus-Itacoatiara e Coari-Codajás, além de trechos em Benjamin Constant-Tabatinga e Benjamin Constant-São Paulo de Olivença.
O orçamento empregado no combate a incêndios florestais passou de R$ 60 milhões em 2022 para R$ 89,4 milhões em 2023 e R$ 111,3 milhões em 2024. Dessa forma, há um incremento de 85,5%, na comparação com o último ano do governo de Jair Bolsonaro. O Brasil enfrenta a pior estiagem em 75 anos e, em 2024, 58% do território nacional foi afetado pela seca e em um terço do país o cenário é de seca severa.
Em nota nas redes sociais, a Secretaria de Comunicação da Presidência afirma que o Governo Federal está mobilizado para enfrentar as queimadas no país. “Além do combate às chamas, também existe o trabalho de investigação policial. Em 52 inquéritos, a Polícia Federal apura o cometimento de crimes ambientais e outros conexos, como lavagem de dinheiro, bem como possíveis ações dolosas e envolvimento de organizações criminosas”, diz a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.