A Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Brasil) se manifestou, através de nota pública de repúdio, contra falas da influencer e advogada Deolane Bezerra, presa desde o dia 4 de setembro. A entidade, que representa todos os delegados do país, defendeu a Polícia Civil de Pernambuco, condutora das investigações, e o delegado do caso, Paulo Gondim.
A defesa, segundo a Adepol, se fez necessária “tendo em vista os ataques verbais e devaneios produzidos pela investigada”. A associação ainda reforçou que a “fama” da acusada, que tem 21 milhões de seguidores nas redes sociais, não pode influenciar decisões.
“Poder econômico ou sentimento de status social por visibilidade midiática não devem ser fatores para justificação de escusas para prática de delitos nem sequer justificação para impunidade ou para afrontar o Sistema de Justiça Criminal”, reforçou o comunicado.
Diretora da Adepol, a delegada Raquel Galinatti, secretária de Segurança de Santos, no litoral de São Paulo, usou as redes sociais para se manifestar sobre o caso.
“Como delegada de polícia e diretora da Adepol, obviamente, não podia me calar diante dos ataques irresponsáveis feitos pela investigada. Ela tenta atacar as instituições e autoridades que trabalham para proteger a sociedade contra os marginais. A Lei será aplicada com todo rigor necessário”, frisou a delegada, que disse ainda que vai pedir uma nova investigação contra Deolane por possível obstrução de Justiça e crimes contra a honra.
Entenda o caso
Deolane foi presa, junto com sua mãe, na manhã da última quarta-feira (4), em operação da Polícia Civil de Pernambuco, que visa combater crimes de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais. Ela nega qualquer envolvimento com lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores provenientes de atividades ilícitas.
Na segunda-feira (9), Deolane conseguiu converter a prisão preventiva em domiciliar, para responder ao processo de casa. No entanto, ao sair da prisão, a influenciadora se pronunciou: “Foi uma prisão criminosa, cheia de abuso de autoridade por parte do delegado. […] Eu não posso falar sobre o processo. Eu fui calada”, disse, ainda na frente do presídio.
O discurso descumpriu medida determinada pela Justiça, que exigia que ela não se manifestasse sobre o caso nas redes ou na imprensa. Deolane ainda fez publicação em rede social com um “x” na boca, sugerindo que estivesse sendo calada. Por conta disso, ela voltou a ser presa.