Eleições 2024: conheça o perfil do eleitorado de Salvador

Eleições 2024: conheça o perfil do eleitorado de Salvador

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Por Millena Marques para jornal Correio*

Marcelo Camargo / Agência Brasil

Publicado em 05/09/2024 às 08:50 / Leia em 4 minutos

Salvador possui 1,97 milhão de pessoas aptas a votar – cerca de 18% de todo o eleitorado baiano, que corresponde a 11,28 milhões. Desse número, mais da metade dos eleitores são mulheres, metade tem entre 35 e 59 anos, 36% têm ensino médio completo e 1% possui alguma deficiência. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ao todo, 1,09 milhão de mulheres vão às urnas na capital baiana – 203 mil a mais que o número de homens. O eleitorado masculino é de 882 mil. Os dados são o reflexo da população de Salvador, cidade mais feminina da Bahia, conforme apontou o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): a cada 100 mulheres, a cidade tem 83 homens. Ou seja, 54,4% da população é feminina.

Esse recorte aponta para a relevância das demandas das moradoras da capital. Quem diz isso é a advogada Erica Teixeira, que estuda representação política feminina. Isso implica, inclusive, na busca por candidatos que apresentem propostas direcionadas ao público feminino.

“Até porque, hoje, numericamente, mais da metade das mulheres são as provedoras das casas no Brasil e isso se reproduz na Bahia, em certa medida. Então, essas eleitoras estão buscando candidatos que falem a língua de suas demandas individuais”, analisa Erica.

A predominância feminina também se estende em âmbito estadual e nacional. Dos 11,28 milhões de eleitores baianos, 5,9 milhões são mulheres – ou 52% do total. As mulheres também são maioria na população baiana em geral, sendo 52,7% dos habitantes. No estado como um todo, a razão de sexo é de 94 homens a cada cem mulheres.

“Essa maior participação feminina de alguma forma começa também a se reproduzir na busca de mulheres por mulheres. Se não tivéssemos mulheres hoje nos espaços políticos estaríamos falando sobre, por exemplo, pobreza menstrual? Sobre creches de turno integral? Nós não estaríamos ouvindo sobre isso”, avalia Erica.

No cenário nacional, as mulheres correspondem a 53% do eleitorado. Segundo o TSE, a taxa de participação do eleitorado feminino chegou a 80%, enquanto a dos homens ficou em 78% nas eleições de 2022.

Embora sejam maioria no estado, a representatividade feminina em espaços de poder ainda é pequena. A prova disso é o número de mulheres nas câmaras municipais das 20 maiores cidades da Bahia: das 396 vagas disponíveis, apenas 50 são ocupadas por vereadoras, o que equivale a 12,6%. Em proporção, há uma mulher a cada 10 legisladores municipais.

“Elas permanecem esbarrando na efetividade do direito a serem votadas, porque não há uma barreira efetiva, de fato, à participação de votar. Em compensação, não há a mesma garantia à participação eleitoral delas como candidatas”, explicou a professora da Universidade Católica do Salvador (UCSal) e pesquisadora do Grupo Democracia, Participação e Representação Política (Depare/UFBA), Gabriela Messias.

Faixa etária

Metade da população baiana é formada por eleitores entre 35 e 59 anos: são 982 mil pessoas com essa faixa etária. “Esses dados nas urnas vão precisar ser olhados para que os candidatos saibam quais são os seus programas de campanha, quais são os seus cenários, sejam eles estritamente em termos de política de governo, sejam eles nas próprias promessas que vão fazer”, afirmou Erica Teixeira.

Apesar desse grupo dominar o perfil do eleitorado soteropolitano, o número de jovens, entre 16 e 17 anos, foi o que mais cresceu nos últimos quatro anos, com um aumento de 105% em comparação ao pleito de 2020. No último pleito municipal, eram 4,1 mil jovens aptos para o voto facultativo na capital. Hoje, são 8,4 mil.

Para Jaime Barreiros, analista do Tribunal Regional da Bahia (TRE-BA), o engajamento da juventude implica em uma melhoria da qualidade da democracia, que é “constituída da vontade de todos os cidadãos, de todas as idades”. “Então, a nossa democracia se torna mais fortalecida com a participação de todos, inclusive dos jovens entre 16 e 18 anos”, acrescentou.

No nível de escolaridade, a maioria dos eleitores soteropolitanos possui o ensino médio completo – 36% do eleitorado. Com 16%, está o grupo de eleitores que tem ensino superior completo, seguido por eleitores que possuem apenas o ensino fundamental (5%). Os analfabetos correspondem a 0,64%.

No recorte racial, 1,8 milhões de eleitores soteropolitanos ainda não realizaram a autodeclaração racial, o que equivale a 94% do eleitorado.

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