Salvador: almoçar fora está 15% mais caro, passa de R$ 53 e supera média nacional

Salvador: almoçar fora está 15% mais caro, passa de R$ 53 e supera média nacional

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Por Gil Santos para jornal Correio*

Reprodução

Publicado em 04/09/2024 às 10:31 / Leia em 5 minutos

Almoçar fora de casa está cada vez mais caro em Salvador. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) apontou que, em média, uma pessoa que vai almoçar na capital baiana precisa desembolsar R$ 53,37 por um prato principal, uma bebida não alcóolica, uma sobremesa e um café. O valor representa 15% a mais que o registrado em 2023 e está acima da média nacional de R$ 51,61.

O preço do almoço em Salvador superou também a média do Nordeste de R$ 49,09, mas a capital baiana ainda não é a mais cara para fazer essa refeição. Natal (RN) com R$ 56,18, Recife (PE) com R$ 55,13, e Maceió (AL) com R$ 54,32 lideram a lista na região. Em seguida, aparecem os soteropolitanos. Em termos percentuais, as maiores altas foram em João Pessoa (PB) e Aracaju (SE). Nessas duas cidades almoçar ficou 17% mais caro.

Boas escolhas

A nutricionista Mirela Carvalho, professora do curso de Medicina da Universidade Salvador (Unifacs), frisou que o almoço é uma das principais refeições do dia, que a má alimentação pode ter consequências graves para a saúde e que é preciso optar por produtos naturais aos invés dos industrializados.

“A alimentação precisa ser o mais natural possível, porque alimentos processados e ultraprocessados não vinculam apenas nutrientes e energia, eles têm uma série de outros componentes que, a longo prazo e com consumo frequente, podem estar associados a doenças, obesidade, aumento da pressão arterial, e têm aditivos químicos que podem ter alguma relação com o desenvolvimento de câncer”, explicou a médica.

A recomendação é montar um prato colorido, com carboidratos, fibras, proteínas, lipídios (óleo de oliva e gorduras dos alimentos), cereais e leguminosas (feijão, soja e grão de bico). A ingestão de líquidos, como sucos, não é recomendada no almoço, porque dificulta o processo digestivo e a prioridade deve ser para sobremesas naturais, como frutas, por conta da quantidade de açúcar presente nos doces.

Estudo

A pesquisa foi encomendada pela ABBT à empresa Mosaiclab, especializada em inteligência de mercado. O estudo também avaliou o impacto do preço da alimentação fora do lar sobre o salário dos trabalhadores do Nordeste e revelou que 35% da renda será comprometida se forem realizadas 22 refeições por mês ou R$ 737,22 da média salarial estimada para a região que é de R$ 2.104,00.

O levantamento é realizado anualmente, desde 2003. Desta vez, foram ouvidos 4.502 estabelecimentos que aceitam vale-refeição, como restaurantes, bares, lanchonetes e padarias em 22 estados e no Distrito Federal. A iniciativa faz parte do Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT), criado em 1976.

Na prática, o benefício ajuda os profissionais a terem uma alimentação mais adequada, reduzindo o consumo de alimentos ultraprocessados, melhorando a qualidade de vida, diminuindo acidentes de trabalho e aumentando a produtividade.

No total, foram pesquisadas 51 cidades, de março a maio de 2024, e 5.640 preços foram coletados. O diretor-presidente da ABBT, Lúcio Capelleto, explicou que o trabalhador usuário do vale-refeição consome 43% mais feijão, arroz e salada, e 33% mais carne, quando se compara com aqueles que não possuem esse benefício.

“O trabalhador não paga encargos trabalhistas e nem previdenciário, como FGTS ou INSS, por esse valor que ele recebe para alimentação, enquanto o empregador tem uma dedução fiscal, por isso, o vale é importante para todos. A pesquisa é uma forma de incentivar as empresas a aderirem a esse programa social e a oferecerem o vale-refeição para seus trabalhadores”, explicou o presidente.

As deduções fiscais são permitidas apenas para empresas que adotaram o modelo de tributação sobre o lucro real, o que exclui aquelas que escolheram a tributação simples e pelo lucro presumido, como é comum nas pequenas e microempresas. Atualmente, cerca de 300 mil firmas no Brasil oferecem vale-refeição para os funcionários, 22 milhões de trabalhadores são beneficiados e 800 mil estabelecimentos aceitam o cartão.

Confira as cidades mais caras para almoçar no Nordeste:

Natal (RN) – R$ 56,18 (aumento de 8%)
Recife (PE) – R$ 55,13 (aumento de 12%)
Maceió (AL) – R$ 54,32 (aumento de 11%)
Salvador (BA) – R$ 53,37 (aumento de 15%)
João Pessoa (PB) – R$ 49,86 (aumento de 17%)
Aracaju (SE) – R$ 46,50 (aumento de 17%)
São Luiz (MA) – R$ 45,94 (aumento de 13%)
Fortaleza (CE) – R$ 42,38 (aumento de 13%)
Jaboatão (PE) – R$ 42,31 (aumento de 10%)
Teresina (PI) – R$ 36,46 (aumento de 10%)
Média Nacional – R$ 51,61 (aumento de 10,8%)

Confira os valores médios por categorias de refeição no Brasil:

– Comercial Completo – R$ 37,44 (aumento de 9,2%)
– Autosserviço – R$ 47,87 (aumento de 10,7%)
– Executivo – R$ 55,63 (aumento de 10,1%)
– “A la carte” – R$ 96,44 (aumento de 19,8%)

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