Namíbia planeja abater elefantes selvagens para consumo de carne

Namíbia planeja abater elefantes selvagens para consumo de carne

Redação Alô Alô Bahia

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Reprodução/Pixabay

Publicado em 02/09/2024 às 10:47 / Leia em 3 minutos

A Namíbia planeja abater centenas de seus animais mais majestosos para alimentar algumas das 1,4 milhões de pessoas — quase metade do país — que enfrentam uma crise de fome em meio à pior seca em um século.

O plano, sob o qual o país matará 723 animais selvagens, incluindo 83 elefantes, para alimentar a população, é “necessário” e “em conformidade com nosso mandato constitucional, onde nossos recursos naturais são usados em benefício dos cidadãos namibianos”, declarou o Ministério do Meio Ambiente, Florestas e Turismo do país em um comunicado à imprensa.

Além dos elefantes, o país também planeja abater 300 zebras, 30 hipopótamos, 50 impalas, 60 búfalos, 100 gnus-azuis e 100 elandes (um tipo de antílope).

Os animais não estão sendo mortos apenas para carne. A Namíbia também está tentando minimizar os encontros perigosos com humanos, que, segundo o governo, tendem a aumentar durante a seca, à medida que animais e humanos procuram por água e vegetação. 

Até agora, pelo menos 157 animais já foram abatidos, e o ministério disse que suas carcaças renderam cerca de 63 toneladas de carne.

Os funcionários namibianos dizem que também esperam mitigar o efeito da seca na vida selvagem, afirmando que a caça se concentraria em locais onde os animais estão sobrecarregando os recursos de água e pastagem.

Os elefantes, que podem medir mais de 4 metros de altura e pesar mais de 6.000 quilos, consomem uma quantidade especialmente grande desses recursos.

A estratégia não é inédita. “A colheita bem gerida e sustentável de populações saudáveis de animais selvagens pode ser uma fonte preciosa de alimento para as comunidades”, escreveu Rose Mwebaza, diretora do Escritório da África do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em um e-mail.

Grande parte da África Austral está sendo afetada pela seca. Mais de 30 milhões de pessoas em toda a região estão sendo impactadas, segundo o Programa Mundial de Alimentos da ONU em junho.

Seca

Secas são comuns na África Austral, e a região tem experimentado várias na última década, incluindo de 2018 a 2021, disse Benjamin Suarato, porta-voz da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, em um e-mail. Mas esta tem sido especialmente devastadora e ampla em toda a região, disse Juliane Zeidler, diretora nacional do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) na Namíbia.

“Não há comida”, disse Zeidler, na quinta-feira (29). “Não há comida para as pessoas e não há comida para os animais”.

Isso se deve em grande parte ao El Niño, um padrão climático natural que geralmente está associado a clima mais quente e seco em partes do mundo. Ele retornou no ano passado e “levou a uma seca recorde, com algumas partes da região recebendo menos da metade da precipitação anual”, disse Suarato.

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