Nos “Primeiros 50”, Preta Gil deu detalhes do romance vivido por ela e uma vendedora de loja, em Salvador. No livro biográfico, lançado agora em virtude de seu aniversário, nesta quinta-feira (8), a cantora, que nunca mascarou a bissexualidade, contou como se apaixonou por uma mulher e manteve um relacionamento com ela.
Preta relata que conheceu a jovem quando a família Gil decidiu regressar para Salvador, após alguns anos de moradia no Rio de Janeiro. A novidade foi encarada com certa resistência pela filha de Gilberto Gil, que não queria deixar a cidade onde nasceu e cresceu, e chegou a tentar negociar com os pais para que ficasse no Rio morando com o irmão mais velho, Pedro, mas não conseguiu.
No auge da adolescência, então, Preta teve de fazer novos amigos na capital baiana, para onde só viajava para veranear com a família. Já com CEP fixo em Salvador, Preta decidiu comemorar os 15 anos com uma pequena festa de debutante, com buffet do primeiro restaurante japonês que abriu na cidade, por ter “poucos amigos”.
“Logo depois de meu aniversário, conheci a Adriana. Ela era vendedora em uma loja de roupas no shopping e era amiga de alguns amigos meus. Tinha seus 20 anos, era linda, também era modelo e andrógina. E me apaixonei. A exemplo do que acontecia com os crushes da escola, Adriana me prendeu a Salvador“, conta.
Antes de se tornar namoro, a paquera perdurou por meses porque Adriana tinha receio de assumir o relacionamento. “Afinal, eu era mais nova, filha do Gil…”, justifica Preta. A relação só se tornou oficial no Réveillon de 1990, em uma casa de veraneio na Praia do Forte.
“Na virada do ano, alguém inventou que tinha que subir em uma cadeira para pular com o pé direito à meia-noite. E procurei um banco, qualquer coisa, para subir. E não tinha. A Adriana já estava em um banquinho e me puxou pela mão. Subi no mesmo que ela. Quando deu meia-noite, ela propôs: ‘Quer namorar comigo?’. E me deu um beijo à meia-noite da virada do ano. Salvador, que era um terror em minha vida, virou uma festa“, disse.
A cantora brinca que contou tudo para os amigos do Rio através de mensagens enviadas em “rolos de fax”. O romance não durou muito. Preta voltou de vez a morar no Rio após a morte do irmão, Pedro, filho mais velho de Gil e Sandra Gadelha, a Drão, em um acidente de carro.