O governo de Nicolás Maduro expulsou o corpo diplomático de sete países na tarde desta segunda-feira (29). A expulsão ocorre após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o órgão máximo eleitoral do país, ter proclamado Maduro como presidente da Venezuela.
A expulsão foi comunicada pelo ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto, que publicou uma carta oficial em suas redes sociais. Veja:
#Comunicado 📢 Venezuela expresa su más firme rechazo ante las injerencistas acciones y declaraciones de un grupo de gobiernos de derecha, subordinados a Washington y comprometidos abiertamente con los más sórdidos postulados ideológicos del fascismo internacional, tratando… pic.twitter.com/l0dAaNSnEA
— Yvan Gil (@yvangil) July 29, 2024
“A República Bolivariana da Venezuela expressa a sua mais firme rejeição às ações e declarações interferentes de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e abertamente comprometidos com os mais sórdidos postulados ideológicos do fascismo internacional, tentando reavivar o fracassado e derrotado Grupo Lima, que Pretendem ignorar os resultados eleitorais das Eleições Presidenciais realizadas neste domingo, 28 de julho de 2024, que deram a vitória como Presidente da República Bolivariana da Venezuela a Nicolás Maduro para um novo Período Constitucional 2025-2031.
O Governo da República Bolivariana da Venezuela, diante deste nefasto precedente que atenta contra a nossa soberania nacional decide retirar todo o pessoal diplomático das missões em: Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, ao mesmo tempo, de exigir a esses governos a retirada imediata de seus representantes em território venezuelano.
Da mesma forma, o Governo da República Bolivariana da Venezuela reserva-se todas as ações legais e políticas para fazer respeitar, preservar e defender o nosso direito inalienável à autodeterminação.
O Governo Bolivariano enfrentará todas as ações que atentem contra o clima de paz e a convivência que tantos esforços exigiram do povo venezuelano, pelo que somos contrários a todos os pronunciamentos injerencistas e de cerco com os quais, de forma reiterada, se tenta desconhecer a vontade do Povo Venezuelano.“
Os países que tiveram o corpo diplomático expulso são:
- Argentina
- Chile
- Costa Rica
- Peru
- Panamá
- República Dominicana
- Uruguai
Entre os países que contestaram o resultado das eleições também estão Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Equador, Peru, Colômbia, Guatemala e Portugal.
Entre países que parabenizaram Nicolás Maduro pelo resultado da eleição estão Rússia, China, Irã, Bolívia, Cuba e Nicarágua.
O Ministério Público venezuelano divulgou uma comunicado nesta segunda, saudando o povo venezuelano pela demonstração de civilidade e democracia durante as eleições. Na mensagem, reconhece a vitória de Maduro e afirma que “rejeita as declarações temerárias de alguns poucos governos da América Latina que querem mandar na democracia venezuelana”.
O governo brasileiro ainda não se manifestou. O Itamaraty afirmou que “acompanha com atenção o processo de apuração” e que aguarda a divulgação de informações mais detalhadas, como os “dados desagregados”, pelo CNE. O governo afirma que isso é um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”. Esses dados incluem as informações que estão nas atas, como os dados por locais de votação.
Em nota, o MP do país afirmou que “divulgaria as atas ainda nas próximas horas”, o que, até a publicação desta matéria, não aconteceu.
O CNE, órgão presidido por um aliado do presidente do país vizinho, informou que Nicolás Maduro venceu e foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 44% do opositor, Edmundo González. A oposição, no entanto, afirma que González venceu com 70%.
A oposição acusou o órgão de ocultar as atas para maquiar o resultado das eleições. O grupo opositor, que se uniu em torno da candidatura de Edmundo González, argumentou que pesquisas de boca de urna apontavam vitória de González sobre Maduro com folga.