Cinco estudantes do Nordeste foram selecionados para representar o Brasil nas Olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA). A equipe brasileira para a IOAA 2024, que acontecerá de 17 a 27 de agosto nas cidades de Vassouras e Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, inclui Lucas Cavalcante Menezes, de Sergipe, e Natália Rosa Vinhaes, do Maranhão. Esta será a segunda vez que o Brasil sedia o evento, a primeira foi em 2012.
Para a OLAA, marcada para ocorrer de 25 a 29 de novembro na Costa Rica, foram escolhidos Arthur Gomes Gurjão, do Ceará, Filipe Ya Hu Dai Lima, da Paraíba, e Lucas Praça Oliveira, também do Ceará. Esses estudantes se destacaram na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) de 2023, a qual é o ponto de partida para o processo seletivo.
O pesquisador Eugênio Reis, do Observatório Nacional e coordenador da IOAA, destacou, em entrevista à Agência Brasil, a importância da OBA como o início do processo seletivo: “A prova da OBA é o começo de tudo”. Ele explica que os estudantes do ensino médio com notas 7 ou superiores e os do 9º ano do ensino fundamental com notas 9 ou mais são convidados a participar. “Estamos falando de milhares de estudantes que são convidados para o processo”, frisou Reis.
Após as provas online, são escolhidos entre 150 e 200 alunos para a fase presencial no Hotel Fazenda Ribeirão, em Barra do Piraí. Lá, eles passam por provas teóricas e práticas, incluindo manuseio de telescópios e estudo de carta celeste. “Eles têm que estar lá pessoalmente. É um custo para eles, porque têm que bancar a passagem”, explicou Reis. Os 40 melhores estudantes dessa fase avançam para treinamentos intensivos, que incluem provas de foguetes de garrafa PET e outras atividades.
Os treinamentos visam preparar os alunos para as competições internacionais. “A Latino-Americana tem provas de foguetes de garrafa PET. Nos dois primeiros treinamentos, todo mundo constrói e lança foguetes. No terceiro treinamento, em que as equipes já estão formadas, o pessoal já não precisa mais treinar foguetes”, disse Reis.
O Brasil lidera o quadro de medalhas na OLAA e tem conquistado medalhas de ouro consistentemente. “O Brasil sempre leva medalhas de ouro. Quando não leva cinco medalhas, leva no mínimo quatro. Isso tem acontecido nos últimos anos”, ressaltou Reis. A expectativa é de que, com o aprimoramento dos treinamentos, o Brasil também traga mais medalhas de ouro na IOAA, que é uma competição de altíssimo nível. “Agora, a gente passou a ganhar também na Internacional. Mas são poucas as medalhas de ouro. A gente tem mais prata, bronze e menções honrosas. Realmente, é uma competição de altíssimo nível. Muito difícil mesmo”, concluiu.
Além dos cinco nordestinos que representarão o Brasil, foram escolhidos como suplentes Ana Beatriz Bandeira Martins, Felipe Maia Silva, Franklin da Silva Costa, Henrico Bueno Hirata, Luís Fernando de Oliveira Souza e Maxwell Caciano da Silva. A presença de estudantes de diferentes regiões e tipos de escolas, incluindo públicas e militares, garante a diversidade e inclusão nas equipes brasileiras, reforçando o compromisso com a educação científica de qualidade no país.