Calor extremo pode tornar Brasil inabitável em 50 anos, diz Nasa

Calor extremo pode tornar Brasil inabitável em 50 anos, diz Nasa

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Fernando Frazão/Agência Brasil

Publicado em 22/07/2024 às 14:12 / Leia em 3 minutos

Uma análise da Agência Espacial Americana (Nasa) mostrou alguns lugares do mundo que podem se tornar inabitáveis nas próximas décadas com a escalada das temperaturas.

De acordo com o estudo, que mapeou cinco regioões do planeta, a sobrevivência humana em áreas do Centro-Oeste, do Nordeste, do Norte e do Sudeste do Brasil pode se tornar impossível em 50 anos.

Segundo a agência norte-americana, essas regiões se tornariam inabitáveis pela projeção de temperatura de bulbo úmido, um cálculo que mostra o quanto um objeto consegue se resfriar quando a umidade dele evapora.

Foto: Reprodução/Oleg Senkov/Shutterstock

Colin Raymond, cientista responsável pelo estudo, afirma que os seres humanos conseguem sobreviver por seis horas em uma temperatura de bulbo úmido acima de 35 ºC. Acima disso, o suor já não é mais capaz de resfriar o corpo.

“Pense em quando você sai de um banho quente. A água evapora do seu corpo e você se sente mais fresco. Mas se estiver quente ou úmido (ou ambos) no ambiente, será mais difícil sentir frio. Essa sensação está diretamente relacionada ao que a temperatura do bulbo úmido está medindo”, explicou a NASA, em uma publicação no site oficial.

A NASA também destacou que partes do Golfo Pérsico, no oriente médio, o sul do Ásia e o Mar Vermelho, região entre o continente africano e o asiático, podem atingir temperaturas inabitáveis ainda mais cedo, em 2050. A projeção é de que o cenário atinja o território brasileiro e o leste da China em 2070.

Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista científica Science Advances.

Principais motivos para a possível inabitabilidade no Brasil

Aumento do nível do mar

O derretimento das geleiras e calotas polares está elevando o nível do mar, ameaçando cidades costeiras como o Rio de Janeiro. A elevação do mar pode deslocar populações e causar danos significativos às infraestruturas.

Eventos climáticos extremos

Ondas de calor, secas prolongadas, inundações e furacões se tornarão mais frequentes e intensos. Esses eventos extremos podem devastar a agricultura, danificar infraestruturas e impactar gravemente a saúde humana.

Mudanças nos padrões de precipitação

Regiões áridas podem se tornar ainda mais secas, enquanto outras enfrentarão chuvas torrenciais, resultando em inundações e erosão do solo. O Nordeste brasileiro já enfrenta desafios significativos relacionados à escassez de água.

Acidificação dos oceanos

O aumento de dióxido de carbono na atmosfera está tornando os oceanos mais ácidos, prejudicando a vida marinha. Isso afeta especialmente corais e crustáceos, que são cruciais para os ecossistemas oceânicos.

Perda de biodiversidade

As mudanças climáticas podem levar à extinção de diversas espécies de plantas e animais, desestabilizando ecossistemas inteiros. Estima-se que a Amazônia possa perder até 60% de suas espécies até o final do século.

Impactos na saúde humana

O calor extremo, a poluição do ar e a disseminação de doenças, como malária e dengue, aumentam o risco de problemas de saúde respiratórios, cardiovasculares e infecciosos.

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