Papa Francisco: “Cuidar uns dos outros requer a coragem de pensar como povo”

Papa Francisco: “Cuidar uns dos outros requer a coragem de pensar como povo”

Redação Alô Alô Bahia

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Publicado em 07/07/2024 às 14:47 / Leia em 3 minutos

Neste domingo, 7, o Papa Francisco foi a  Trieste, na Itália, para participar da 50ª Semana Social dos Católicos no país. Durante sua visita pastoral, fez um discurso aos participantes do evento, no qual ressaltou o principal tema abordado: a democracia.

Durante sua fala, o Pontífice realizou uma análise do estado de saúde desta forma de governança. O resultado evidente, afirmou, é que no mundo atual a democracia não tem uma boa saúde. “Isso nos interessa e nos preocupa porque está em jogo o bem do homem, e nada daquilo que é humano pode nos deixar indiferentes”, salientou ainda.

O Santo Padre expressou que a crise da democracia é como um coração ferido. “Toda vez que alguém é marginalizado, todo o corpo social sofre”, acrescentou, e “a cultura do descarte traça uma cidade onde não há lugar para os pobres, os nascituros, as pessoas frágeis, os doentes, as crianças, as mulheres, os jovens”.

Um dos princípios da democracia, sublinhou Francisco, é que se criem condições para que todos possam se expressar e participar. Algo que deve ser aprendido desde criança, desenvolvendo o sentido crítico perante as tentações ideológicas e populistas. Nesta perspectiva, prosseguiu o Papa, o cristianismo pode contribuir ao promover um diálogo fecundo com a comunidade civil e com as instituições políticas para que se libertem das “escórias da ideologia”.

Participação de todos

Como “terapia” para que a democracia se assemelhe a um coração curado, o Pontífice indicou a participação. Para isso, pontuou, é preciso exercitar a criatividade. “A fraternidade faz florescer as relações sociais; e, por outro lado, o cuidar uns dos outros requer a coragem de pensar como povo”, declarou.

Enquanto católicos, incentivou o Santo Padre, é preciso ter a coragem de fazer propostas de justiça e de paz no debate público. “Devemos ser voz que denuncia, propositiva numa sociedade muitas vezes áfona e onde demasiados não têm voz. Este é o amor político, que não se contenta de cuidar dos efeitos, mas busca enfrentar as causas. É uma forma de caridade que permite à política estar à altura das suas responsabilidades e de sair das polarizações, que empobrecem e não ajudam a entender e enfrentar os desafios”, manifestou.

Por fim, Francisco exortou os fiéis a se formar neste amor, para colocá-lo em circulação em um mundo que carece de paixão civil. “Aprendamos sempre mais e melhor a caminhar juntos como povo de Deus, para ser fermento de participação em meio ao povo do qual fazemos parte”, afirmou o Papa.

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