Duelo de titãs! Justiça anula exclusividade da Kopenhagen sobre marca ‘Língua de Gato’ em favor da Cacau Show

Duelo de titãs! Justiça anula exclusividade da Kopenhagen sobre marca ‘Língua de Gato’ em favor da Cacau Show

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Redação, com informações do O Globo

Divulgação/Kopenhagen

Publicado em 03/07/2024 às 20:23 / Leia em 3 minutos

A Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou, na última segunda-feira (1º), que a marca “Língua de Gato”, registrada pela Kopenhagen, não terá mais exclusividade. A decisão ocorre em meio a uma disputa judicial com a Cacau Show e estabelece que a expressão é de uso comum para definir uma barra delgada de chocolate, possuindo “notório caráter descritivo”.

Com essa decisão, a Kopenhagen perde o direito exclusivo de usar o termo em suas embalagens, permitindo que concorrentes, como a Cacau Show, utilizem o mesmo para seus produtos similares. No entanto, a empresa afirmou que manterá a exclusividade até que todas as possibilidades de recurso sejam esgotadas.

A controvérsia surgiu quando a Cacau Show anunciou a intenção de lançar o “Panetone Miau”, descrito como “chocolate ao leite em formato de língua de gato”.

A All Show, controladora da companhia, moveu uma ação na 12ª Vara Federal do Rio de Janeiro, pedindo a anulação do registro da marca “Língua de Gato” no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), registrado em nome da NIBS Participações S.A., representante da Kopenhagen.

A empresa argumentou que a expressão foi criada no exterior no século XIX e tem sido utilizada há décadas no Brasil. Eles também apresentaram exemplos de fabricantes estrangeiros que usam o termo traduzido em seus produtos.

A NIBS defendeu que a marca possui distintividade suficiente no Brasil e que a ação refletia uma “intenção parasitária” dos concorrentes de associar seus produtos à Kopenhagen. A empresa também afirmou que explora o termo desde 1940 e que ele nunca foi de uso comum no país.

A juíza Laura Bastos Carvalho decidiu que a expressão pode ser usada por outros fabricantes para designar chocolates do formato “oblongo e achatado”. A decisão ainda é passível de recurso tanto pela ex-dona do termo quanto por terceiros interessados.

Fábio Leme, representante legal da AS e sócio do escritório Daniel Advogados, afirmou que a decisão é um “passo crucial” para assegurar a competitividade no mercado. Segundo ele, a mudança permitirá que outras empresas usem o termo sem receio devido à forte associação da língua de gato com a Kopenhagen. “É fundamental que os particulares tenham clareza sobre a impossibilidade de se apropriar de termos genéricos que pertencem ao domínio público”, comentou.

Em nota, a Kopenhagen declarou que ainda há um longo percurso jurídico a ser seguido e está confiante na reversão da decisão. A empresa ressaltou que, até a conclusão final do processo, continua sendo a única detentora da marca “Língua de Gato” com direito legal de comercializar produtos sob esse registro.

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