Portugal anunciou, nesta segunda-feira (1º), a possibilidade de implementar a jornada de trabalho reduzida na administração pública, após quase um ano de testes bem-sucedidos no setor privado. Os resultados positivos do experimento indicam um futuro promissor para a adoção da modalidade.
Os funcionários das empresas privadas que participaram do teste relataram melhorias significativas na saúde mental, sem comprometer o desempenho das companhias. Um relatório compilado a partir das avaliações dos trabalhadores mostrou que a percepção de saúde mental “muito boa” ou “excelente” aumentou de 15% para 30%, enquanto a saúde física melhorou de 20% para 27%.
Além disso, o estudo revelou um aumento de 11 minutos no tempo médio de sono e uma redução considerável da exaustão. Esses fatores contribuíram para um ambiente de trabalho mais positivo e criativo. Apenas quatro empresas decidiram retornar ao modelo tradicional de jornada após o experimento.
O primeiro-ministro Luís Montenegro, do Partido Social Democrata, tomou conhecimento dos resultados e considerou a implementação da semana de quatro dias também para os servidores públicos.
A iniciativa da Semana de 4 Dias teve início em 2019, na Nova Zelândia, e se expandiu para vários países da Europa, África e Américas, liderada pelo movimento 4-Day Week Global, uma comunidade sem fins lucrativos. De acordo com a entidade, quase 500 empresas ao redor do mundo estão testando a jornada reduzida, onde os funcionários mantêm 100% do salário, trabalham 80% do tempo e se comprometem a manter 100% de produtividade, modelo conhecido como 100-80-100.
No Brasil, 22 empresas já estão implementando a iniciativa, com o apoio da Reconnect Happiness at Work para a realização do experimento no país.
