Down Society: a história de mulheres ricas, famosas e golpistas

Down Society: a história de mulheres ricas, famosas e golpistas

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Flávio Oliveira/Correio*

Reprodução

Publicado em 30/06/2024 às 12:35 / Leia em 4 minutos

Foi-se o tempo em que a gente fina, elegante e sincera mantinha discrição sobre suas vidas pessoais e eram admiradas pelas conquistas materiais e ações filantrópicas. Novos casos, em Minas e em São Paulo, reforçam o quanto está down o high society.

Samira Monti Bacha Rodrigues foi presa no apartamento avaliado em R$ 6 milhões na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). Tinha contatos direto com as famílias mais ricas da cidade. Mais que isso, era tida como uma pessoa influente na elite mineira e teria, segundo investigações, se aproveitado dessa posição para desviar R$ 35 milhões.

Em São Paulo, no tradicional e sofisticado bairro do Itaim Bibi, a mansão de Flávia Rocha – que ganhou seus 15 minutos de fama ao participar do reality show Mulheres Ricas entre 2012 e 2013 – foi alvo de um mandado de busca e apreensão da Polícia Civil. Ela estava com 93 itens da joalheria Dani Rigon, avaliadas em R$ 7 milhões, e se recusava a pagar. Flávia também deve prestações de compras anteriores de quase R$ 1 milhão.

Não é o único problema de Flávia causado pelo hábito de não pagar por suas compras. Em fevereiro, ela foi condenada pela Justiça a pagar R$ 857 mil à empresa Europrestígio Distribuição e Comércio de Artigos de Luxo por não pagar as bolsas que comprou. Segundo reportagem de O Globo, a empresa vendeu R$ 504.320,17 em bolsas para Flávia, que não depositou os cheques que prometeu. O resto do valor se refere a sete bolsas enviadas pela loja à casa da socialite, que nunca teria devolvido os itens nem pago por eles.

Flávia Rocha tem autuação empresarial no ramo de beleza e é proprietária do Grupo Farmamake, que tem sob seu guarda-chuva as marcas Tracta, Frederika Make, Urban, Farmaervas, Face It, TB Make, Make, e Mr And Miss Pet.

Ela também mantinha uma parceria com a influencer Bruna Tavares, dona da marca de cosméticos que leva seu nome, e possui 3,5 milhões de seguidores no Instagram. Bruna desfez a parceira na tarde da terça (26), assim que a notícia da batida policial começou a ser divulgada pela imprensa.

Samira era sócia em três empresas de crédito. Os golpes, acusa a polícia, começaram em 2020, dois anos depois dela entrar na primeira sociedade, uma empresa de cartões de crédito de benefícios. A investigação diz que ela aumentava o limite dos cartões no sistema da empresa, fazia compras diversas e em seguida, de volta ao sistema, apagava os débitos. Com isso, deixava o prejuízo com pequenos empresários e estabelecimentos onde os cartões eram passados pelos clientes.

Ainda segundo a polícia, Samira passou a atuar em outra companhia do mesmo grupo, especializada em cartões para a classe médica, com valores maiores e as fraudes chegaram a R$ 500 mil. Em seguida, ela migrou para uma terceira empresa do grupo, voltada para a antecipação de recebíveis, onde teria simulado operações se passando por clientes cobrando valores de outras empresas. O montante, contudo, era direcionado para a conta bancária dela.

À medida que as fraudes aumentavam de valor e seu patrimônio crescia, Samira ingressou na alta sociedade de Minas Gerais. E a fazer diversas viagens internacionais para adquirir produtos de luxo – incluindo joias, que eram revendidas em Minas. A dona da joalheria foi alvo de mandados de busca e apreensão na operação. Ao todo, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e, além de Samira, outras 10 pessoas foram detidas, incluindo o pai, a mãe e funcionários da acusada. Metade delas foi liberada.

O golpe de Samira foi descoberto por um empregado da empresa de recebíveis e ela denunciada à polícia pelos sócios. Entre os bens recuperados estão relógios, bolsas e joias.

As defesas de Flávia e Samira não se pronunciaram até o momento.

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