Alberto Pitta ganha exposição individual no Rio de Janeiro

Alberto Pitta ganha exposição individual no Rio de Janeiro

Redação Alô Alô Bahia

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Daniel Boud/Divulgação

Publicado em 03/06/2024 às 16:29 / Leia em 2 minutos

O artista plástico baiano Alberto Pitta, que revolucionou com suas serigrafias as fantasias do Carnaval de Salvador, vai ganhar uma exposição individual no Rio de Janeiro, intitulada “Outros Carnavais”, na Galeria Nara Roesler, a partir do próximo dia 20, com entrada gratuita.

A curadoria da mostra é assinada pelo artista plástico Vik Muniz, seu amigo desde os anos 2000, quando se conheceram na exposição “A Quietude da Terra: vida cotidiana, arte contemporânea e projeto axé”, que reuniu artistas baianos e internacionais, com curadoria de France Morin, no Museu de Arte Moderna da Bahia.

“Quero que as pessoas conheçam o tamanho deste artista, e o que ele vem fazendo há mais de quarenta anos. É importante para ele e, mais ainda, para o mundo da arte. Não entendo por que ele não está na Bienal de Veneza. Ele já expôs na Alemanha, em Sidney, em muitos lugares”, avaliou Vik Muniz.

Filho da ialorixá Mãe Santinha, do Ilê Axé Oyá, Alberto Pitta começou a criar serigrafias no final dos anos 1970. Nas impressões, criava símbolos e signos do candomblé e da cultura indígena para pequenos blocos de Carnaval como o Zâmbia Pombo e Oba Layê, de São Caetano, bairro onde morava.

No início da década seguinte, fez as estampas nas fantasias do Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Badauê, Ara Ketu, Timbalada, entre outros. De 1984 a 1997, Alberto Pitta foi diretor artístico do Olodum, tendo passado “de Paul Simon a Michael Jackson”. “Aprenda a ler e ensine seus camaradas”, brincou ele, citando a frase do compositor Roberto Mendes, de Santo Amaro, ao explicar que escreve nos panos para quem não sabe ler.

Segundo o artista, ele gosta de provocar “encontros de analfabetos”. “Entre os que não tiveram oportunidade de estudar, e os que são da academia, mas não conhecem os símbolos das religiões de matriz africana”, revelou.

Para o curador, “a iconografia dentro do trabalho dele [Alberto Pitta] é muito importante. É uma cartilha de significados, muitos deles discretos, porque o candomblé não gosta muito de falar e Pitta vai soltando as coisas de forma homeopática”. “Pitta já invadiu o entorno do cubo branco, e agora nesta mostra queremos contar um pouco de cada coisa que ele fez”, acrescentou.

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