Durante entrevista concedida ao videocast “Mil e uma Tretas”, de Thayla Ayala e Julia Faria, a cantora Preta Gil falou sobre os dois abortos espontâneos que sofreu durante o casamento com o ex-marido Rafael Dragaud. De acordo com a artista, os casos aconteceram após o nascimento do seu filho Francisco Gil, fruto do relacionamento com o ator Otavio Muller.
“Eu perdi dois bebês depois que eu tive o Fran. Me separei do Otávio, casei com o Rafael e nós ficamos grávidos do primeiro filho. A gestação foi até o quinto mês. Até que um dia, durante o ultrassom, o Francisco estava sentado na minha perna e o médico pediu para tirarem ele da sala. Eles não falam que o coração parou. Foi uma confusão (…) O motivo [do aborto] era uma má formação de um cromossomo por incompatibilidade minha e do meu ex-marido. A gente talvez não conseguisse ter filho nunca. Isso foi devastador para nós, porque éramos apaixonados. Nunca tinha falado sobre isso dessa forma, porque é dolorido”, relembrou Preta.
A filha do cantor e compositor Gilberto Gil contou ainda que levou tempo para lidar com o luto. “Ele [o bebê] não nasceu, mas lembro dele, rezo para ele. Durante muito tempo, eu neguei essa perda, até pouco tempo atrás. Demorou para eu entender que eu tinha que viver o luto do bebê, fazer um ritual. Até porque, eu engravidei logo depois, mas perdi de novo, só que mais cedo, com três meses”, desabafou.
Durante o relato, Preta afirma ainda que as duas perdas foram determinantes para o fim do seu relacionamento com o ex-companheiro. “Sentia vergonha por não conseguir, de me sentir incapaz. Eu vivi isso com o câncer também. Achava que eu era a culpada e é um horror como nós mulheres já nascemos com isso o tempo todo. A culpa é sempre nossa, não importa. Quando eu perdi o meu primeiro filho, foi um caos, mas atropelei os sentimentos e fui vivendo. O segundo eu consegui fazer a curetagem. Aquilo simbolizava muitas coisas, e para nós, como casal, aquilo era o fim. Acho que o nosso casamento não resistiu a isso, principalmente pelo fato de ele querer ser pai. Eu já tinha o Fran. A minha dor era terrível, mas a dor dele foi pior, porque era o primeiro filho”, concluiu.