‘Ìmólè Oòrùn’: Com DNA baiano, artista visual Luiz Moreira expõe no Rosewood São Paulo

‘Ìmólè Oòrùn’: Com DNA baiano, artista visual Luiz Moreira expõe no Rosewood São Paulo

Redação Alô Alô Bahia

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Luiz Moreira/Reprodução

Publicado em 29/05/2024 às 15:44 / Leia em 3 minutos

Nascido em São Paulo e atualmente se dividindo entre o Brasil e Miami, nos Estados Unidos, o artista visual Luiz Moreira homenageia seus antepassados na exposição “Ìmólè Oòrùn”, cuja versão pocket foi inaugurada nesta terça-feira (28), na Whitebox, espaço ao lado do foyer de eventos do Rosewood São Paulo, dedicado a exposições temporárias.

Filho de uma baiana de Feira de Santana, Luiz convida o apreciador, através do seu trabalho, a uma reflexão profunda sobre a ancestralidade e a identidade afro-brasileira, através de uma perspectiva afro diaspórica e contra colonial.

A mostra, cujo nome significa “Luz do Sol”, traz imagens e adereços usados na produção desse trabalho, e fica em cartaz até 10 de junho, aberta para hóspedes e visitantes, sem necessidade de agendamento.

Luiz Moreira

Luiz é conhecido por celebrar a estética afro-brasileira em imagens de festas, ritos e cultura ancestral. Suas fotografias e vídeos transportam as pessoas para um mundo que destaca a potência estética dos adereços e ornamentos dos povos originários da África, em imagens de cores que saltam ao olhar, como em um grande desfile de Carnaval cheio de encantamento, liberdade, organismos pulsantes e danças.

As criações do artista, cuja jornada na fotografia começou em projetos acadêmicos antes de ir para as ruas dos grandes centros, realçam o encanto da luz sobre a pele, evidenciando um resultado denso e sensível que ensina a importância de se reconectar com o passado para buscar lá o que ficou.

As obras, segundo ele, constituem um verdadeiro “ebó” a seus ancestrais, enaltecendo a grandeza e a riqueza de seu povo, através de uma narrativa visual bastante poderosa, compostas por adereços que surgem de memórias de infância, viagens, leituras e experiências, ricas em referências ancestrais e rituais africanos, além de memórias carnavalescas.

Estes elementos ressaltam a importância histórica de reis e rainhas africanos, figuras sagradas escolhidas pelos deuses para reinar na terra. Sua arte reforça a identidade e a história da comunidade afrodescendente, enfatizando que sua história é rica em saberes e tecnologia cultural, e não se inicia com a escravidão.

Suas obras desafiam a lógica eurocêntrica, dando centralidade à cultura, filosofia, religião e mitologia de grupos historicamente marginalizados. Este enfoque é evidente na marca afro futurista de suas criações, fruto de pesquisas que exaltam a beleza e o legado ancestral, possibilitando às pessoas se reconhecerem como protagonistas na arte.

Veja mais imagens da mostra completa, produzidas no Rio da Barra, em Trancoso, no sul da Bahia:

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