O segundo dia do III ESG Fórum Salvador, realizado nesta quinta-feira (23), no Porto Salvador, dentre outros temas, destacou a integração de práticas ESG nas estratégias corporativas. Esse foi o tema do primeiro painel da manhã, mediado pelo presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, e que contou com a participação do consultor especialista em ESG, advogado e escritor, Augusto Cruz, a gerente de Saúde Segurança e Meio Ambiente e JMC Pan American Silver, Enilda Maranhão, e o vice- presidente de Relações Institucionais, Comunicação e ESG da Acelen, Marcelo Lyra.
Isaac Edington iniciou o debate ressaltando que, diante da urgência das questões ambientais e sociais, a contribuição do mercado é essencial.
“Todos nós sabemos da importância das empresas nesse jogo. O papel das empresas se torna cada vez mais fundamental. E essa é uma agenda urgente”, disse.
Nesse sentido, Enilda Maranhão trouxe os exemplos colocados em prática no segmento de mineração pela JMC Pan American Silver. “Trabalhamos fortemente na governança corporativa. Quando falamos de gestão híbrida, especialmente no setor da mineração, isso é um ponto chave. Toda nossa relação com as comunidades, é outro ponto chave. Os nossos colaboradores e todos que se relacionam conosco também”, apontou.
Ela destacou, também, que todo esforço nesses pilares só se torna válido se for colocado em prática. “Não adianta só o ‘S’ ou só o ‘E’, você precisa da governança na ponta, fazendo acontecer”, disparou. E os resultados não demoram a aparecer. Segundo, Enilda, a JMC tem, atualmente, de 35% a 45% de mulheres e postos de liderança, um sinal do avanço na diversidade.
O bom humor de Augusto Cruz tornou os pontos trazidos pelo especialista em ESG ainda mais atrativos para as cerca de 1,5 mil pessoas que participaram do evento. Ele iniciou sua fala lembrando da primeira edição do projeto. “O prefeito Bruno Reis falou, na época, que Salvador era a capital do ESG. E ele tava certo, foram inúmeros eventos de ESG depois desse. E eu, que também estava presente, disse que o ESG era moda, mas não era modinha. E o fato de estarmos na terceira edição e olhando todos vocês aqui, eu também estava certo”, avaliou.
Sobre os desafios no tema, ele destacou a superficialização dos debates. “O que é normal pela popularização do assunto”, falou. Para facilitar a compreensão, Augusto fez uma relação entre os pontos chave e elementos do indivíduo: “se a gente pensar, o cérebro, é o planejamento estratégico, a sustentabilidade é o coração. E o ESG? É o bolso!”.
Para o advogado e escritor, a agenda não deve ficar restrita a um setor nas corporações. “Onde colocar o ESG? No RH, na comunicação… O ESG é fundamental. Não pode se encaixar em um lugarzinho”.
Marcelo Lyra, por sua vez, trouxe o case da Acelen, empresa de energia criada em 2021. “O primeiro investimento da empresa foi comprar uma refinaria. E isso tem tudo a ver com ESG. Porque transformar energia de alto carbono em energia de baixo carbono, só olhando pra dentro e para o que podemos fazer”, destacou.
Segundo ele, o propósito trouxe retornos relevantes. “Em um ano, reduzimos o consumo de água em 10%. E para quem não sabe, o consumo de água da refinaria é o equivalente ao consumo de uma cidade de 30 mil habitantes. Reduzimos o consumo de energia em 6%, o que equivale ao consumo residencial do estado de Roraima”, revelou.
O vice- presidente de Relações Institucionais, Comunicação e ESG da Acelen compartilhou também com o público um projeto importante da empresa. “Esse é um projeto ESG na veia”, brincou. “É o projeto de produção de biocombustíveis. São vários componentes ambientais importantes, vários componentes sociais importantes, e isso só acontece com uma boa governança”, finalizou.
