A justiça britânica concedeu a Julian Assange, nesta segunda-feira (20), a possibilidade de apresentar um recurso contra sua extradição para os Estados Unidos.
Assange pode ser condenado a 175 anos de prisão caso seja enviado ao país, do qual é cidadão. A Justiça dos EUA quer julgá-lo por vazar 700 mil documentos confidenciais desde 2010 sobre as atividades militares e diplomáticas americanas, principalmente no Iraque e Afeganistão.
A decisão desta segunda acontece semanas após os juízes britânicos pedirem mais informações ao governo norte-americano sobre o caso e é considerada uma nova vitória para Assange.
Dois juízes da Alta Corte de Londres concederam a Assange permissão para apelar, depois de terem anteriormente solicitado a Washington que fornecesse “garantias satisfatórias” sobre proteções à liberdade de expressão em qualquer julgamento nos EUA.
No dia 26 de março, os juízes britânicos pediram às autoridades americanas que garantissem que o australiano, de 52 anos, caso seja extraditado, poderia se beneficiar da Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão, e que não seria condenado à pena de morte.
Vazamento
Um dos materiais vazados por Assange era um vídeo que exibia soldados norte-americanos executando 18 civis de um helicóptero no Iraque. Outros exibiam os assassinatos de civis, entre eles jornalistas, e também abusos cometidos por autoridades dos EUA e outros países.
Como havia a revelação de identidades de pessoas que cooperavam com os militares no Oriente Médio, oficiais norte-americanos afirmaram que o vazamento colocava vidas em risco.
Em 2019, o Departamento de Justiça dos EUA descreveu os vazamentos do WikiLeaks como “um dos maiores vazamentos de informações confidenciais na história dos Estados Unidos“.