A rede varejista Polishop, que enfrenta uma crise financeira com dívida estimada em R$ 352,1 milhões, entrou com pedido de recuperação judicial na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
O processo, de tramitação prioritária, está a cargo do juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, que ainda analisa o pedido, de acordo com informações do Estadão. Procurada, a assessoria da Polishop respondeu que “a empresa só vai se pronunciar quando o pedido for homologado”. Caso o pedido seja aprovado, a empresa ganha um prazo de 180 dias para que suas dívidas fiquem congeladas. Ela também vai preparar um plano de reestruturação.
Em abril, o presidente e fundador da Polishop, João Appolinário, afirmou, em entrevista ao Estadão/Broadcast, que a companhia buscava uma reestruturação extrajudicial junto a seus credores. De acordo com informações de um pedido feito à Justiça na época, Appolinário apontou que o endividamento bancário da empresa tinha diminuído de R$ 270 milhões em janeiro de 2022 para R$ 84 milhões em 2024.
Na última segunda-feira (13), de acordo com informações sobre o processo no site do TJ-SP, uma petição para que o perito se manifestasse no processo foi realizada. O perito deve verificar todos os documentos e fazer um relatório ao juiz para que ele possa decidir sobre a recuperação judicial.
Antes disso, no dia 3 de abril, a Polishop entrou com um pedido de tutela antecipada na 2ª Vara de São Paulo. O pedido de tutela é uma espécie de decisão temporária até que o mérito da ação seja julgado. A intenção era suspender as execuções de dívidas da empresa. Na época, foi alegado pela empresa a falta de documentos necessários para ajuizar o pedido de recuperação judicial. Nesse pedido também foi informado que as dívidas da empresa tinham como fatores os efeitos da pandemia, o aumento do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e a crise do crédito motivada pelo caso Americanas.
O juiz acatou o pedido e determinou a suspensão de execuções em trâmite contra a Polishop, além de ordem de despejo. A ação também garantiu que plataformas de marketing como Google e Meta não pudessem suspender os serviços por créditos anteriores à data do pedido.
Fundada por João Appolinário em 1999, a rede varejista chegou a ter cerca de 250 lojas em todo o Brasil. Nos últimos anos, os problemas financeiros cresceram, puxados pela pandemia e pela dificuldade de pagar aluguéis nos shoppings. Atualmente, a empresa tem cerca de 120 lojas.