O primeiro chip implantado em um paciente humano pela Neuralink, empresa de tecnologia cerebral do bilionário Elon Musk, apresentou defeitos. É o que informou a companhia, na quarta-feira (8), em uma publicação em seu blog corporativo. O primeiro paciente a receber o dispositivo da companhia foi Noland Arbaugh, de 29 anos, em janeiro deste ano.
De acordo com a publicação da empresa, nas semanas seguintes à cirurgia de implantação, alguns fios de eletrodos instalados no tecido cerebral começaram a se retrair, impedindo que o chip funcionasse corretamente.
Anteriormente, o jornal americano The Wall Street Journal já havia apontado defeitos no dispositivo. O anúncio da Neuralink acontece justamente no momento em que a companhia busca realizar mais implantes em seres humanos. O revés pode criar um impasse com a agência norte-americana para alimentos e medicamentos, a Food and Drug Administration (FDA), na tentativa de aprovação do órgão.
Ainda na publicação, a companhia garantiu que compensou a retração com correções de software, o que “produziu uma melhoria rápida e sustentada que agora restabeleceu o desempenho inicial do Noland”.
No início do mês, o co-fundador da Neuralink, Benjamin Rapoport, declarou ao podcast “The future of everything”, do The Wall Street Journal, que saiu da companhia, em 2018, por conta de preocupações com a segurança do projeto. Rapoport, que é neurocirurgião, fundou a empresa em 2016 junto com Musk e um time de cientistas.
Ele disse que dedicou a carreira à união da ciência computacional com a medicina, mas que a única forma de ir na direção correta é tendo a segurança como algo fundamental. A fala deixou implícito que o neurocirurgião não concorda com o desenvolvimento da interface da companhia. Rapoport ainda revelou que a operação para a implante do chip pode causar algum nível de lesão cerebral.
