Um dos destaques da Bienal do Livro Bahia, a sessão de autógrafos da obra “Cartas de Santa Dulce: a face humana em todos nós” encerrará a programação no estande das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) nesta quarta-feira (1º), no Centro de Convenções Salvador, a partir das 16h. A sessão contará com a presença de Maria Rita Pontes, sobrinha da Mãe dos Pobres e superintendente da OSID. Com texto de contracapa assinado pela atriz Fernanda Montenegro, a publicação, que reúne manuscritos inéditos da primeira santa brasileira, convida o leitor a um verdadeiro mergulho na impressionante trajetória do Anjo Bom.
O livro integra o acervo literário disponibilizado para aquisição no estande dedicado a Irmã Dulce. Toda a renda obtida com as vendas será destinada à instituição social fundada pela religiosa baiana – entidade que acolhe hoje mais de 3 milhões de pessoas por ano na Bahia, incluindo idosos, pacientes oncológicos, pessoas com deficiência e com deformidades craniofaciais, pessoas em situação de rua, usuários de substâncias psicoativas, crianças e adolescentes em situação de risco social, entre outros públicos.
Testemunhos de amor e caridade – “Seu Abelardo, Paz e bem! Isto é um assalto. Vou levar 1 furadeira. Irmã Dulce”. Com data de 19 de maio de 1989, a referida nota, insólita e bem-humorada, foi dirigida a um comerciante em Salvador que sempre socorria Santa Dulce em suas necessidades junto aos pobres e doentes. A mensagem integra a coleção de 59 correspondências publicadas no livro Cartas de Santa Dulce.
A obra foi organizada por um conselho editorial que, ao longo de dois anos, se dedicou à pesquisa e seleção dos inéditos manuscritos. O grupo contou com a participação, além da sobrinha de Irmã Dulce, da jornalista Luciana Savaget; dos museólogos da OSID, Osvaldo Gouveia, Carla Silva e Marcela Avendaño; da missionária Irmã Maiara Santos; do gestor do Complexo Santuário Santa Dulce dos Pobres, Márcio Didier; e do designer Gilberto Strunck.
“Participar da construção desse livro foi uma experiência que ativou uma série de memórias da minha infância, adolescência e da fase na qual pude acompanhar mais de perto as obras de Santa Dulce. E os leitores também poderão compartilhar, através dessa publicação, as alegrias, as angústias e, principalmente, a fé da Mãe dos Pobres”, ressalta Maria Rita Pontes.
Acervo literário narra trajetória heroica e reflete sobre legado de Santa Dulce
Com diferentes estilos de narrativa, diversas publicações refazem a trajetória heroica de Irmã Dulce, a religiosa baiana que acolheu 70 doentes no galinheiro de um convento em Salvador, no fim dos anos 1940, fundando as Obras Sociais Irmã Dulce. A instituição criada a partir do seu gesto solidário se tornou um dos maiores complexos de saúde gratuitos do país acolhendo anualmente mais de 3 milhões de pessoas na Bahia. Canonizada em 2019, após o reconhecimento de dois milagres, Irmã Dulce tornou-se a primeira santa brasileira da nossa época deixando, além do trabalho social em prol dos menos favorecidos, um legado espiritual inspirador cultivado no cerne de sua missão de “amar e servir”. Nesse enredo protagonizado pelo amor fraterno, cruzaram seu caminho pessoas de todas as origens e classes sociais – de presidentes aos “capitães da areia”, meninos que dormiam nas calçadas de Salvador. De impressionantes relatos de cura atribuídas a Santa Dulce dos Pobres a manuscritos inéditos revelando sua humanidade incondicional, nessas envolventes narrativas descobrimos a missionária da fé e a mulher de ação, muito à frente do seu tempo, incrivelmente habilidosa em construir pontes entre os que podiam ajudar e os que precisavam de ajuda.