A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) lançou, nesta terça-feira (30), o “Protocolo Antifeminicídio”, em solenidade na sede da instituição, no Auditório Samuel Celestino, na Praça da Sé, em Salvador.
O Protocolo é um guia direcionado a profissionais da comunicação e apresenta boas práticas para a cobertura jornalística de crimes associadas às diversas formas de violências de gênero, contribuindo para uma abordagem mais sensível, ética e responsável.
O material está disponível para download no site da ABI e no site da SPM. A versão impressa será disponibilizada com o apoio da Secretaria de Comunicação do Estado (Secom).
A secretária das Mulheres do Estado da Bahia, Elisangela Araujo, e o secretário da Comunicação do Estado, André Curvello, participaram do lançamento. Elisangela falou sobre as ações desenvolvidas pela SPM na prevenção, enfretamento e combate às violências de gênero, que são ancoradas no Programa “Elas à Frente” , incluindo o programa “Oxe, me respeite”.
A secretária destacou, ainda, a importância do Protocolo Antifeminicídio. “A gente recebe como muito positiva essa iniciativa da ABI, para contribuir com uma pauta extremamente importante. Nós estamos vivendo um momento bastante desafiador no que diz respeito ao número do feminicídio e temos feito um grande investimento em um conjunto de políticas e de programas para enfrentar tudo isso. Mas, a gente sabe que precisa de todos os setores e segmentos da sociedade e a imprensa tem muito a contribuir e a ajudar nesse grande enfrentamento às violências e ao feminicídio”, afirmou.
O presidente da ABI, Ernesto Marques, falou sobre o papel da imprensa no combate ao machismo estrutural. “Esse protocolo é feito principalmente para nós homens jornalistas, não apenas, claro, mas é preciso que nós homens jornalistas, sobretudo os editores, os chefes de atualidade, os diretores de redação reflitam um pouco sobre a maneira como nós antecedemos esses assuntos. Não somente para vitimizar duas vezes uma mesma pessoa, mas para que o nosso trabalho contribua para que a gente vá, aos poucos, num processo coletivo, de educação, se revendo, se criticando e combatendo todo tipo de conteúdo de indução à violência e à violência de gênero, que é o que levou à produção desse protocolo antifeminicídio”, comentou.
A elaboração do protocolo contou com o apoio institucional do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). O conteúdo é formado por dados estatísticos, indicação de fontes e de redes de acolhimento, além de casos icônicos relatados pela imprensa baiana e nacional e exemplos de veículos de comunicação que já adotam medidas visando a orientação do público, por exemplo, de como denunciar as violências de gênero.