Mesmo no caminho para o topo, para Rita Batista, há sempre um tempo para parar e agradecer. A jornalista baiana acredita estar ainda mais perto daquilo que sonhava desde os seis anos de idade: comunicar ideias, reflexões e promover o diálogo com o grande público. São 21 anos de trajetória, passando por rádios e emissoras locais, migrando para São Paulo, chegando aos especiais da Globo em festivais e Carnaval e, há dois anos, apresentadora do programa “É de Casa”. Em 2024, mais um reconhecimento: o convite para integrar o time fixo de apresentadoras do “Saia Justa”, no GNT.
“Eu estou vivendo milagres cotidianos. É uma memória muito presente de que eu seria apresentadora de televisão, que eu comunicaria para milhões de pessoas. Eu não sabia de que forma isso ia ser feito e hoje vejo que esses 21 anos de carreira foram a construção para esses momentos. O melhor sempre está por vir, eu acredito nisso”, declara.
Refletindo esse momento de alegria, Rita decidiu retribuir, partilhando as palavras que a acompanharam nesses anos, sendo seu exercício de fé e que, para ela, tem o poder de despertar melhor em cada um de nós. Marcando sua estreia como autora, ela lança na Bienal do Livro da Bahia 2024, no dia 1º de maio, o livro “A Vida é um Presente: Mantras Para o Seu Dia a Dia”, que reúne 111 textos, selecionados por Rita, para reorganizar o interno e impactar o externo. O evento começa a partir das 11h, antecedido pelo painel “A Insustentável Leveza do Ser”, com Rita Batista, Bruna Lombardi e mediação de Gabriela Almeida.
Poder nas sentenças
“Mantras são palavras, frases e conceitos. É o que a gente acredita. Nós somos energia e quando falamos, a gente vibra, e essa vibração está em consonância com o universo que vibra todo. Não falemos coisas ao nosso respeito que são desagradáveis, que são desapontamentos, que são depreciativas porque elas fixaram dentro da nossa cabeça e do nosso coração. Como tudo é ressonância, você envia esses códigos, essas palavras, para o universo e ele lhe devolve. Cada coisa que a gente fala escreve uma sentença no firmamento”, explica Rita Batista.
Os mantras já acompanham a jornalista há mais de 10 anos e chegaram nela através de três amigos, fundamentados na espiritualidade do universo hindu, da chama violeta de Saint Germain e dos filtros de abundância. Porém, pautados na fé, eles não se prendem a uma religião: “Independente se você é do candomblé, evangélico, kardecista, a fé que faz esses movimentos, porque você acredita naquilo que você não vê, naquilo que você aspira”, defende.
Rita conta que quando começou a partilhar reflexões sobre os mantras em suas redes sociais e em seu podcast Tudo Odara (2020), criou-se uma demanda com seus espectadores. “Gente, não tem jeito, onde quer que eu esteja eu preciso falar que ‘abundância entre na sua vida de maneiras surpreendentes e milagrosas’. Se eu não disser mais nada no dia, mas falar isso, já tá pago”, brinca. Em 2022, surge um convite para a criação de um livro que reunisse esses textos. Dito e feito, após muita curadoria e seleção, surge o “A Vida é Um Presente”, que, além de leitura, pode ser prática para aqueles que desejam iniciar no universo dos mantras. Não tem segredo: é escolher um que lhe convenha pelo índice, de acordo com a temática, ou na sorte e pronunciar em voz alta em repetição.
Mudança do cotidiano
Nem sempre é fácil escapar do negativo, e é claro que não se pode deixar de levar o entorno em consideração, mas é preciso exercitar o pensar positivo na medida do possível, defende Rita: “Resiliência virou uma palavra muito da moda de quem está sentado em seus privilégios. Enquanto isso, o trabalhador brasileiro tá se virando com 1.400 fora os impostos. É óbvio que a gente precisa reparar o externo. Mas também criar a nossa realidade diante das nossas possibilidades. Pensar pequeno e pensar grande dá o mesmo trabalho, então, pense grande.”
Rita destaca que os mantras desempenham um papel muito importante na sua atuação como jornalista, tendo em vista a realidade de muita informação e velocidade exigida na profissão. Para ela, a mesma contemplação e observação das palavras, das falas, utilizadas nos momentos de meditação podem ser aplicadas para observar os fatos cotidianos mais a fundo, ter bons insights e se ater aos detalhes, para comunicar com verdade e qualidade. “Eu acho que quando a gente tem esse aporte na vida, a gente percebe as nuances de cada coisa e não se afobe, não, que nada é para já”, partilha.
Feliz com os feedbacks que tem recebido daqueles que já leram “A Vida é Um Presente”, Rita Batista aguarda o lançamento na Bienal com animação: “É quando a gente tem a oportunidade de agradecer. Eu acho muito doido esse negócio das pessoas te seguirem, gostarem de você porque vão com a sua cara ou porque te acham competente, interessante, porque aquilo que você fala faz sentido na vida delas. Então eu fico nesse lugar de muito agradecimento mesmo”, encerra.