Repleto de obras de arte, objetos de design e recordações adquiridas ao longo da vida, o apartamento do arquiteto Dado Castello Branco na Vila Nova Conceição, em São Paulo, ganhou destaque na edição de abril da revista Casa Vogue.
Para abrigar o acervo valioso, ele promoveu uma grande reforma, que chamou atenção pela mudança de layout dos ambientes do imóvel de 512 m². A planta ganhou mais conforto e fluidez, além de garantir espaços para serem compartilhados com familiares e amigos. “Usamos travertino no piso, mármore Paraná no aparador da sala de jantar, cabreúva como madeira principal e tecidos de tons neutros. As obras de arte são coloridas e diversas. Por isso fazia sentido pensar nessa composição equilibrada, que não disputasse atenção com elas”, descreveu o arquiteto à publicação sobre os cenários que idealizou para receber obras de vários artistas.
A coleção de arte foi o ponto de partida da reforma. “Precisávamos pensar em paredes adequadas para o acervo, que influenciou também o trabalho de marcenaria e o layout geral, já que tínhamos peças de piso no projeto”, relembra. Um exemplo é a escultura de Frans Krajcberg que ocupa lugar de destaque no living.
A ela se somam obras de artistas renomados como Alfredo Volpi, Vik Muniz, Tarsila do Amaral e Abraham Palatnik, destacadas pelo projeto de iluminação, concebido em conjunto com Maneco Quinderé, lighting designer que assina de cenografias a propostas arquitetônicas há quase quatro décadas. “No terraço criamos uma luz mais aconchegante e intimista, que ainda assim valoriza as obras de arte”, pontua Dado.
Se a iluminação foi planejada para valorizar as obras, a forma de expor a coleção não ficou atrás. Há, inclusive, uma peça elevada a status de arte: o cavalete de concreto, madeira e vidro criado por Lina Bo Bardi em 1968 para exibir o acervo do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
O mobiliário é assinado por ícones do design brasileiro, como Jorge Zalszupin e Zanine Caldas. O proprietário também imprimiu sua marca desenhando a mesa de escritório, que foi desenvolvida para a Etel, posicionada no terraço. O local é uma atração à parte, reunindo diferentes usos.
Toda a área social foi unificada. Assim, jantar, living e terraço não possuem barreiras. Para isso, o caixilho da janela foi retirado e o piso, nivelado. “O resultado é um local interessante de convivência”, declara Dado. “Gosto de desenhar livings aconchegantes em que as pessoas sintam vontade de passar o tempo. Criamos espaços de estar e de ficar”, diz o arquiteto. Para promover a sensação de conforto, todos os detalhes da obra foram idealizados, inclusive os revestimentos, como na suíte principal, em que o mármore Carrara marca presença junto do freijó natural.