Rio Sena sofre com qualidade da água, a poucos meses de Paris 2024; atleta baiana defende plano B

Rio Sena sofre com qualidade da água, a poucos meses de Paris 2024; atleta baiana defende plano B

Redação Alô Alô Bahia

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Redação, com informações d'O Globo

Divulgação/Paris 2024

Publicado em 09/04/2024 às 08:10 / Leia em 3 minutos

A menos de 4 meses para os Jogos Olímpicos de Paris, na França, a ONG Surfrider Foundation alertou, na última segunda-feira (8), para o estado “alarmante” das águas do Rio Sena, onde serão realizados vários eventos olímpicos, incluindo a abertura oficial da competição. A fundação teve como base amostragens de seis meses de coleta.

Do final de setembro de 2023 ao final de março de 2024, foram feitas 14 medições, na altura das pontes Alexandre III e Alma. Destas, treze (92%) ficaram “acima ou muito acima” dos limiares recomendados para banhos.

Uma diretriz europeia de 2006, em conjunto com as federações de natação e triatlo, estabeleceram limites de concentração de duas bactérias indicativas de contaminação fecal para que as provas possam acontecer. Estes não poderiam exceder 1.000 unidades formadoras de colônias (UFC) por 100 ml, no caso de Escherichia coli, e 400 UFC/100 ml para enterococos. As análises da Surfrider, com o laboratório Eau de Paris e Analy-Co, no entanto, mostram concentrações de E. coli superiores a 1.000 UFC/100 ml e de enterococos, 500 UFC/100 ml.

Baiana Ana Marcela Cunha com a sua medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021 (Foto: SCARFF/AFP)

Vale destacar que o período estudado não está no previsto para a autorização dos banhos no Sena, reservado aos meses de Verão do Hemisfério Norte. Ainda assim, no início do ano, outras análises enviadas pela Câmara Municipal de Paris mostraram que, entre junho e setembro do ano passado, em pleno Verão, nenhum dos 14 pontos de amostragem atingiu um nível de qualidade suficiente.

Com isso, a Surfrider manifestou sua “crescente preocupação relativa à qualidade da água do Sena” e apontou os “riscos” a que os atletas e residentes estarão expostos, se nadarem em águas contaminadas. Neste cenário, atletas, como a baiana Ana Marcela Cunha, atual campeã olímpica em águas abertas, defendeu um “plano B” que priorize a saúde dos atletas.

“Precisamos de um plano B, caso não seja possível nadar no Sena. Ele não foi feito para nadar. Não se trata de apagar a história do Sena. Sabemos o que representam a Ponte Alexandre III e a Torre Eiffel, mas penso que a saúde dos atletas deve estar em primeiro lugar. Os organizadores devem aceitar que talvez, infelizmente, não seja possível realizar os eventos onde desejam”, disse a atleta à AFP, em março.

A ideia é que o Sena seja sede das provas de triatlo (30 e 31 de julho e 5 de agosto) e de natação em águas abertas, rebatizada de maratona aquática (8 e 9 de agosto). O ensaio geral desta última modalidade, em agosto de 2023, teve de ser cancelado devido à má qualidade da água, que pode ficar ainda pior em caso de chuvas fortes.

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