O Vaticano divulgou, nesta segunda-feira (8), o “Dignidade Infinita“, documento de quase 20 páginas no qual são listados casos que a Igreja Católica considera como “violações graves” à dignidade humana. O texto aprovado e assinado pelo Papa Francisco critica a “teoria de gênero”, afirmando que qualquer cirurgia para mudança de sexo corre o risco de ameaçar a “dignidade única” de uma pessoa e que tentativas de “obscurecer a diferença sexual entre homem e mulher” devem ser rejeitadas.
Além disso, o documento elaborado pela ala mais conservadora da Igreja Católica também reforça a condenação permanente do Vaticano ao aborto, destacando que a “defesa da vida não nascida está ligada à defesa dos direitos humanos” e que a aceitação do aborto na mentalidade, nos costumes e na própria lei” reflete “uma crise de moralidade muito perigosa”. O texto também condena práticas como a eutanásia e a pena de morte.
Por outro lado, o pontífice oferece apoio pastoral aos católicos transgêneros e reforça que pessoas LGBTQIAP+ devem ser respeitadas, condenando o fato de que, “em alguns lugares, muitas são presas, torturadas e até privadas do bem da vida apenas por sua orientação sexual”.
O novo posicionamento vem quatro meses após o Vaticano divulgar um documento no qual o Papa autoriza que padres deem bênçãos a casais do mesmo sexo dentro do igrejas. O escritório de doutrina do Vaticano passou a permitir, também, que pessoas trans atuem como padrinhos em batismos e testemunhas em casamentos.