Número de bares e restaurantes operando em prejuízo atinge o maior índice desde março de 2023

Número de bares e restaurantes operando em prejuízo atinge o maior índice desde março de 2023

Redação Alô Alô Bahia

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Redação

Reprodução/Unsplash

Publicado em 05/04/2024 às 16:31 / Leia em 3 minutos

Uma pesquisa da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) realizada em março revelou um cenário preocupante para o setor em 2024. Apesar da leve recuperação em fevereiro impulsionada pelo carnaval, 31% dos bares e restaurantes ainda operam no vermelho, o pior índice desde março de 2023.

A pesquisa mostrou que 38% dos estabelecimentos estão em equilíbrio e 31% registraram lucro, uma queda de 4 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.

Os principais fatores responsáveis pelo desempenho negativo são:

  • Queda nas vendas (76%)
  • Redução do número de clientes (66%)
  • Aumento do custo de alimentos e bebidas (42%)

Segundo os dados do levantamento, 54% dos estabelecimentos não conseguiram repassar a inflação para os preços dos cardápios: 19% reajustaram o cardápio abaixo da inflação; 35% reajustaram, mas somente para acompanhar a inflação; 37% não conseguiram reajustar os preços e apenas 9% reajustaram acima do índice.

O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, anunciou a construção de um plano para resgate do setor em função dos problemas crônicos que persistem desde a pandemia. “Contratamos um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), que vai se aprofundar nas causas das dificuldades que o setor vem enfrentando, já propondo caminhos e medidas que podem ser tomadas para resolvê-las de vez. Esperamos poder apresentar estas propostas o mais breve possível às autoridades e à sociedade. Só com o trabalho em conjunto podemos retomar os trilhos”, completa Solmucci.

Outro dado revelado pela pesquisa é a porcentagem de empresas do setor com dívidas em atraso: 39% . Os impostos federais lideram a lista de pagamentos atrasados (72%), seguido de impostos estaduais (50%), empréstimos bancários (37%), encargos trabalhistas/previdenciários (29%), serviços públicos (29%), fornecedores de insumos (24%), taxas municipais (23%), aluguel (18%), fornecedores de equipamentos e serviços (11%), e empregados (5%).

Reforço da mão de obra

Apesar dos desafios enfrentados pelos estabelecimentos, um quarto dos empreendedores pretendem contratar no primeiro semestre do ano (25%); 51% vão manter o quadro de funcionários e apenas 16% devem demitir. A tendência é de que essas novas vagas atendam à a alta demanda das duas datas mais rentáveis para o setor: Dia dos Namorados e Dia das Mães.

Dados recentes da PNAD – índice do IBGE que mede os empregos formais e informais no país – indicam que, só nos últimos três meses (dez-jan-fev), os bares e restaurantes geraram cerca de 70 mil novos empregos, com crescimento de 1,3% em relação ao trimestre anterior.

O resultado está na contramão do índice nacional, que apresentou redução de 0,3% no número de pessoas ocupadas.

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