Do Coado ao Espresso: Salvador ganha cafeteria da melhor torrefação do Brasil na Pituba

Do Coado ao Espresso: Salvador ganha cafeteria da melhor torrefação do Brasil na Pituba

Redação Alô Alô Bahia

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José Mion/Alô Alô Bahia

Divulgação

Publicado em 27/11/2025 às 10:54 / Leia em 5 minutos

A campeã brasileira de torrefação, Do Coado ao Espresso (DCAE), abre sua primeira cafeteria em Salvador, no bairro da Pituba, consolidando a Bahia no mapa nacional dos cafés especiais. A marca, comandada pelos baianos Flávio Camargos, Matheus Maciel e Nayara Chaves, venceu, no último dia 7 de novembro, o título de Torrefação do Ano do Brasil, durante a final da competição realizada na SIC – Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte, maior feira do setor no país.

A conquista impulsiona a próxima etapa da empresa: a abertura da primeira loja física, um espaço de consumo e educação sobre café, com projeto assinado pela arquiteta Kaline Macêdo e engenharia de Rafael Lordelo.

Flávio Camargos, Nayara Chaves E Matheus Maciel são os rostos por trás da DCAE

A primeira cafeteria da Do Coado ao Espresso já opera em fase de testes, com discrição, na Rua das Hortênsias, trazendo para a capital baiana a experiência completa da torrefação baiana reconhecida nacionalmente. O espaço chega com proposta dupla: ser ponto de encontro para quem busca cafés de altíssima qualidade e funcionar como ambiente de formação e conscientização sobre o universo do café especial.

Do Direito à torra perfeita

Mestre de torras e Q-Grader (certificação internacional mais importante do mundo para classificar e laudar cafés), Flávio deixou a advocacia para se dedicar integralmente ao café. A relação com a bebida surgiu por acaso, numa reunião profissional em uma cafeteria de um shopping da cidade. O café servido, degustado sem açúcar, mudou completamente sua percepção. “Foi amor ao primeiro gole. Descobri um café que não era amargo, que tinha acidez e sabor. Nada do líquido preto e açucarado que eu conhecia”, lembra.

Cafeteria DCAE já está em operação, ainda em fase de testes

Durante a pandemia, começou a torrar em casa como hobby e passou a vender pequenos lotes para amigos. A aceitação o motivou a profissionalizar o negócio no fim de 2020, fazendo cursos de torra, de barismo, de degustação e educação sensorial, antes de passar a viajar para conhecer produtores e entender melhor toda cadeia envolvida até o café que chega diariamente na nossa mesa. Desde então, virou referência na curadoria e na elaboração de perfis de torra, atuando tanto para a marca própria quanto para produtores e marcas terceirizadas.

Na operação do projeto, Flavio estará ao lado de Nayara Chaves, sócia e responsável pela área gastronômica da cafeteria. Com especialização em confeitaria, ela fez cursos com grandes nomes do mercado nacional, na Carolina Mello Sucré Boutique, no Rio de Janeiro; no Chocolatria, de Simone Izumi, em São Paulo; e na Baking Dreams by Dayane Lucco, no interior paulista. Ela é quem assina o cardápio de sobremesas e acompanhamentos, criando harmonizações com os cafés da casa.

Por lá, os clientes degustarão opções como bolo de limão com cream cheese, torta búlgara com crumble e cheesecakes, tanto de geleia de morango quanto de doce de leite, amêndoas e flor de sal. Entre as variedades salgadas, assinadas pelo consultor Calvin Coelho, sugestões como folheados de nirá e palmito e de queijos, e de sanduíches como queijo quente com salsa joja, croassaint com Steak Tartar e focaccia de porco.

Espaço será mais do que cafeteria, mas ambiente educativo, com cursos e degustações

A torrefação trabalha com cerca de 90% do portfólio composto por cafés baianos, oriundos de regiões como Chapada Diamantina, Planalto da Conquista e Serra dos Morgados. Além disso, mantém parceria com pequenos produtores, alguns em escalas próximas à agricultura de subsistência.

Segundo Flávio, o propósito da marca é unir rigor técnico e a valorização da cadeia produtiva. É dele, inclusive, a resposta “técnica presume excelência”, quando questionado sobre o que levou do universo jurídico para o empreendedorismo no café. “Sempre busco cafés que reflitam meu estudo, minha qualificação e a excelência que nossos clientes já reconhecem”, reforça o torrefador, que decidiu que era hora de abrir a unidade na Pituba por conta da necessidade de aproximar o público da experiência sensorial do café especial.

Além dos cafés, torrados por eles mesmos, um menu completará a experiência

“Salvador ainda tem um mercado restrito. Queremos disponibilizar cafés de altíssima qualidade e, ao mesmo tempo, educar o público sobre o que é um bom café”, diz. Segundo ele, o espaço funcionará não apenas como cafeteria, mas como ambiente educativo, com explicações sobre métodos, origens, processos e características sensoriais da bebida, com cursos e degustações.

Para Flavio e Nayara, a chegada ao espaço físico marca uma virada simbólica para a torrefação. “É uma sensação mista de orgulho e desafio. Orgulho pela consolidação da marca e desafio porque ainda temos muito a ensinar. É apenas o começo”, determina Flávio, que enxerga o café, hoje, como impacto social, mais do que negócio.

O café como propósito

“O café representa esperança. Esperança de mudar a vida de produtores, apanhadores, torrefações e cafeterias. O café transforma”, diz o apaixonado pelo grão, que diz não lembrar quem era o cliente que o apresentou ao café de qualidade que o fez tirar o paletó e se jogar no mundo do grão especial. Questionado sobre o que diria ao cliente “sumido”, Flavio apenas agradece: “você virou minha vida de cabeça para baixo. Muito obrigado!”.

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