Após consolidar o Ó, Paí, Ó no Pelourinho, o ator Érico Brás expande seu projeto gastronômico para a “nova Orla de Pituaçu”, entre a Boca do Rio e Patamares. O novo espaço será inaugurado no dia 15 de novembro, em um quiosque moderno que une gastronomia, arte e música ao vivo.
“Acho que tudo que a gente faz que é sucesso tem a necessidade de expandir”, comenta Érico, sobre o restaurante, que preserva a culinária afro-brasileira de terreiro, com pratos que vão do vatapá e caruru ao xinxim e moquecas de todos os estilos. “A nossa culinária é coisa de cinema. É sofisticada, mas não pesada. É comida de dendê que você sente, que junta família e amigos”, reflete.

Sucesso do restaurante no Pelourinho refletiu na expansão para a orla de Pituaçu | Foto: Taís Vieira
A inspiração do primeiro restaurante, inaugurado há 4 anos, veio de uma viagem a Nova York, onde Érico visitou um espaço no Harlem que mesclava música, arte e gastronomia. “Entrei no restaurante e tudo me atraía: comida de primeira, música local, obras de arte, palquinhos tocando jazz, blues, rock, gospel. Falei: preciso fazer um negócio desse no Brasil”, contou ao Alô Alô Bahia.
O novo quiosque terá um palco em homenagem a Nelson Rufino, reforçando a proposta de integrar música e experiência cultural. “Tudo aquilo que vi em Nova York está ligado à arte: música, artes plásticas, teatro. A culinária é um pilar, mas não o único. Aqui todo mundo come e aprecia a música baiana, sente a energia do lugar”, explica.
O ator destaca a coletividade e o cuidado com cada prato. “Me envolvo em todos os pratos. Não temos chefe de cozinha, todas as cozinheiras são mulheres. O segredo é a cozinha coletiva: divergências surgem, mas depois do caos vem a ordem e sai um resultado bom. Cada prato é uma obra de arte e também um feitiço, feito com sentimento para que o cliente se sinta feliz”, detalha.

Apesar de não ser chefe de cozinha, ator se envolve em todos os pratos | Foto: Taís Vieira
Segundo Érico, o Ó, Paí, Ó da Orla representa a continuidade de um projeto que valoriza identidade baiana, gastronomia afro-brasileira e cultura local, oferecendo aos soteropolitanos e turistas uma experiência completa, com sabor, música e arte.
“Eu sempre digo: sejam bem-vindos ao nosso terreiro gourmet. Porque gourmetizar não é problema, depende de quem está se apossando disso. Sou pai pequeno de um terreiro no Rio de Janeiro, participei de outros terreiros em Salvador, e tenho propriedade para transformar a culinária que já é nossa em prato de restaurante”, afirma.

Segundo Érico, cada prato é feito com sentimento para que o cliente se sinta feliz | Foto: Taís Vieira
O ator também compartilha a influência de sua trajetória pessoal na gastronomia: “Sou criado por mulheres, minha mãe cozinha… não sou chefe de cozinha, mas aprendi a fazer algumas coisas, a cozinhar, e entendo de comida boa, de sabor. O Ó, Paí, Ó deu uma conta certa porque muita coisa foi intuitiva. Eu fui colocando em prática o que eu já sabia e pensei: a melhor comida que você já comeu foi a comida de mãe. Quero que todo cliente que vem ao restaurante sinta o que eu sinto quando como a comida da minha mãe. Esse é o espírito do restaurante”, reforça.
A receita parece ter dado certo, já que a casa vive cheia, de novos e antigos visitantes. “Temos uma rede de clientes de todos os lugares que vem e volta e sempre falam que estão alimentando a alma. Nosso espaço é especial, funciona como um terreiro gourmet mesmo e satisfaz muita gente de Salvador, do Brasil e do exterior”, finaliza.