Baiano de Guanambi lidera missão brasileira no Salon du Chocolat, maior evento de chocolate do mundo

Baiano de Guanambi lidera missão brasileira no Salon du Chocolat, maior evento de chocolate do mundo

Redação Alô Alô Bahia

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José Mion/Alô Alô Bahia

Alberto Monteiro

Publicado em 31/10/2025 às 17:29 / Leia em 4 minutos

O Brasil é o país de honra da 30ª edição do Salon du Chocolat, maior feira de chocolate do mundo, realizada em Paris até domingo (2), na Paris Expo Porte de Versailles. A participação brasileira é a maior em mais de uma década, com um estande de 200 m² que representa o setor e reúne cerca de 200 expositores de 50 países. O evento deve receber mais de 100 mil visitantes.

A comitiva nacional reúne produtores, marcas, instituições e autoridades, com forte presença dos estados do Pará e da Bahia, responsáveis por mais de 80% da produção de cacau no país. A Bahia, em especial, consolida sua relevância histórica e cultural na cadeia do cacau, além de confirmar sua influência no mercado de chocolates finos, cenário no qual vem se destacando internacionalmente.

Maior estande brasileiro no evento foi inaugurado na quarta (29) | Foto: Divulgação

Liderança baiana no setor cacaueiro

O protagonismo brasileiro na feira é organizado pelo baiano Marco Lessa, nascido em Guanambi,  CEO da MVU Empreendimentos e criador do Chocolat Festival, projeto que ajudou a impulsionar a virada de chave da cacauicultura na última década, incorporando valor agregado e identidade territorial às marcas nacionais.

Para Lessa, o reconhecimento atual é resultado direto da transformação do setor. “Ver o país ser homenageado hoje no Salon du Chocolat, com o maior estande da sua história, é a prova do quanto evoluímos. É um reconhecimento ao trabalho de centenas de produtores e empreendedores que acreditaram no cacau brasileiro e transformaram o nosso produto em símbolo de qualidade, sustentabilidade e identidade nacional”, celebra.

O secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacelar, também festejou a homenagem e lembrou o papel histórico da Costa do Cacau. “Foi com o cacau trazido da Amazônia e implantado no sul da Bahia que o Brasil se tornou referência mundial na produção dessa fruta”, disse.

A evolução da cadeia produtiva no país tem sido marcada por práticas de rastreabilidade e qualidade, como os modelos “tree to bar” (da árvore à barra) e “bean to bar” (da amêndoa à barra), que deram visibilidade internacional a chocolates brasileiros premiados.

O Pará, sede da COP30 em 2025, reforçou no evento o papel do cacau como produto sustentável. “Precisamos continuar produzindo, mas com responsabilidade e sustentabilidade. A cultura do cacau na Amazônia mostra que é possível gerar desenvolvimento preservando a floresta”, afirmou Francisco Neto, secretário-adjunto de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca do estado.

Missão Brasil Origem na Europa

Paralelamente à feira, acontece a Missão Brasil Origem, organizada por Lessa, que reúne produtores, chefs, empresários e empreendedores em visitas técnicas, rodadas de negócios e imersões em fábricas e chocolaterias francesas.

“Mais do que uma viagem, a Missão Brasil Origem é uma ponte entre o Brasil e o mundo, fortalecendo a presença internacional do nosso setor, valorizando os produtos de origem e impulsionando a economia criativa brasileira”, reforçou Lessa.

Para o ministro da Embaixada do Brasil na França, Caio Renault, a presença brasileira evidencia mais que uma operação comercial. “Exportar vai muito além do comércio. É levar ao mundo a verdade e a cultura brasileira, a inteligência e a criatividade do nosso país”, afirmou.

A participação no Salon du Chocolat 2025 simboliza a consolidação de três décadas de evolução do setor, da floresta amazônica à costa cacaueira baiana, combinando tradição, inovação, sustentabilidade e identidade territorial.

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