No Dia Mundial do Pão, celebrado nesta quarta-feira (16), é difícil dizer que o tradicional pão francês, cacetinho ou de sal, não importa como se chama, tenha perdido sua importância na mesa do soteropolitano. É fato, no entanto, que mesmo sendo consumido por 41 milhões de brasileiros todos os dias, de acordo com o Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sampapão), ele vem ganhando concorrência.
Indiscutivelmente um “comfort food” do brasileiro, o produto vem passando por adaptações nos últimos anos, seja pelos custos de produção, pela dificuldade de mão de obra ou pela busca, por parte da clientela, de opções mais saudáveis. Longe de mim demonizar o pãozinho nosso de cada dia, mas o que muitas padarias usam hoje em dia é a chamada pré-mistura, com aditivos químicos e antimofo, por exemplo. Além disso, para estruturar a massa, é usado alto teor de sódio e muito fermento para acelerar a fermentação, resultando num pão menos nutritivo e de difícil digestão.
Não é estranho, portanto, que o consumidor busque cada vez mais por pães artesanais, com menos açúcar e sem conservantes e com mais ingredientes naturais, incluindo o processo de fermentação. Tudo isso no lastro da tendência de se conhecer a origem do alimento e as práticas do fabricante ou produtor.
Para quem não dispensa o pão francês de vez em quando, valorizando as memórias afetivas que ele desperta, mas quer apostar em novas formas de produção, damos algumas dicas para curtir o dia de hoje e, porque não, todos os outros. Confira boas opções em Salvador:
Almacem Pepe (@almacenpepe)
O Almacen Pepe, com unidades na Pituba, Horto Florestal e Alphaville, tem uma tradição antiga em panificação. Seu fundador, o espanhol Pepe Faro, chegou ao Brasil com apenas 14 anos e, em 1962, inaugurou sua primeira padaria em Salvador, a Padaria Elétrica da Barra, que um dia virou a Perini. Desde 2015, sob a marca atual, o empresário André Faro mantém um respeitado setor de panificação. Grande parte do que é vendido é de fabricação própria, do clássico pão francês aos artesanais, como pão galego, italiano, rústico, ciabatta e, claro, o baianíssimo pão delícia. Nesta quarta (16), especificamente, toda arrecadação obtida com as vendas do pão francês será revertida para a manutenção e ampliação dos procedimentos realizados pelo Instituto de Cegos da Bahia. A campanha é válida nas três unidades.
Divino Pão (@divino.pao)
Há quase 10 anos, a chef Andrea Albuquerque também foca na produção de pães de fermentação natural de longa maturação na Divino Pão. A marca não tem loja física e recebe pedidos aos domingos e terças para entregas às quartas e sextas, respectivamente. O mais vendido é o pão de Copioba, mas destacam-se ainda a Ciabatta Tradicional, a Baguette, os italianos recheados, os brioches e até Bacon Roll e Cinnamon Roll.
Ahorita Padaria Artesanal (@ahoritapadaria)
Numa rua tranquila do Rio Vermelho, a Ahorita Padaria Artesanal também foca em produtos de fermentação natural desde 2019. Lá, o cliente pode sentar – em cadeirinhas na calçada ou no agradável jardim – e degustar opções de pães especiais como o Rústico de Gorgonzola com Nozes, o Semi-Integral, além de Torta Formigueiro com Brigadeiro, Pão de Queijo Mineiro e Pizza ao Talho ou levar para casa. No espaço, o casal Maria Eme Bê e Davi Caramelo ainda recebem diversas atividades culturais ao longo do ano, então vale ficar de olho nas redes sociais.
Padario Roberio Sampaio (@padarioroberiosampaio)
Robério Sampaio, depois de anos comandando duas marcas de relevância na moda local, a Sartore e a IO, passou a produzir os próprios pães. O ofício ganhou mais destaque em sua rotina durante a pandemia, mas a história do empresário com o produto é de muito tempo, quando, ainda menino, madrugava para ver o movimento da produção que iria abastecer as três padarias do pai. Hoje, ele produz pães orgânicos, artesanais, rústicos e com fermentação natural lenta, à frio, com zero gordura, zero açúcar e zero aditivo químico, ele garante.
Padó Padaria (@pado.padaria)
Na Barra, na Rua Doutor João Pondé, a Padó conquista cada vez mais fãs, que fazem uma fila nas primeiras horas dos poucos dias em que a padaria abre a casa, de quinta a domingo. Comandada pela chef Elvira Mitsue, que tem no currículo passagens pelos restaurantes Amado, Ori, Origem e Gem, o espaço serve de fornadas para comer lá e levar pra casa a itens disputados no café da manhã, como o sanduba de camarão no brioche com aioli, salsão, cebolinha e katsuobushi.
D’pepo Padoca Artesanal (@dpepopadoca)
A D’Pepo Padoca, como o nome deixa claro, é a padoca do Pepo, restaurante italiano do chef Peu Mesquita, na Pituba. A padoca, no entanto, fica no H Mall, no Horto Florestal, e funciona do café da manhã ao fim do dia, com fornadas também para levar pra casa ou consumir lá mesmo, enquanto assiste ao vai e vem das pessoas. Além dos combos, com sanduíches, itens da padaria e doces e cafés, o cliente pode pedir opções avulsas, inclusive omeletes e salgados ao longo do dia para acompanhar aquele café quentinho, um suco ou smoothie.
Rebeca Giovana Arte&Cozinha (@rebecaartecozinha)
Com produção bem artesanal, com fornadas semanais, Rebeca Giovana faz a festa com a arte da panificação. Com ela, é possível encomendar pães de fermentação natural, como o italiano tradicional ou com sabor, focaccia e ciabatta; de fermentação simples, como pão de hamburguer, australiano e de batata; além de pães doces, como pão farofa e brioche de chocolate; e biscoitos.