Solar do Unhão ganha restaurante com horta e vista para Baía de Todos-os-Santos; conheça a Cazinha Bistrô

Solar do Unhão ganha restaurante com horta e vista para Baía de Todos-os-Santos; conheça a Cazinha Bistrô

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

José Mion

Pedro Mascarenhas

Publicado em 25/04/2024 às 12:14 / Leia em 7 minutos

Casa é onde nos sentimos bem e protegidos, o que acontece antes mesmo de entrarmos no novo Cazinha Bistrô, inaugurado há pouco mais de um mês no Solar do Unhão. Lá, já na fachada, o sócio Leo Cazinha, nome conhecido no meio gastronômico, recebe os clientes com uma pequena horta – com tomilho e sálvia, por exemplo, que irão depois direto para o prato – e um jardim com arruda e espada de São Jorge, deixando qualquer energia negativa do lado de fora.

Vista para a Baía de Todos os Santos é apenas um dos atrativos do novo Cazinha Bistrô | Foto: Pedro Mascarenhas

A beleza do espaço está nos pequenos detalhes, como o gradil nas duas janelas, com símbolos da fé do empresário – estão ali do espelho de Iemanjá ao tridente de Exu, em meio às ondas de ferro, que lembram ao cliente que se está de frente para o mar.

Detalhes no gradil celebram fé do empresário e proximidade do mar | Foto: Pedro Mascarenhas

No interior, Leo, que passou por conceituados restaurantes da cidade como maitre, a exemplo do Carvão, do Mistura e do Lafayette, optou por marcenaria exclusiva e muita arte, como o grande grafite de Bigod O Sapo e Júlio Costa – que também traz referências do candomblé e do mundo das águas – e um quadro de Raimundo Bida, que colore o ambiente.

Quadro de Raimundo Bida colore o ambiente | Foto: Pedro Mascarenhas

Nada ali é por acaso e reflete a experiência do anfitrião, que começou no universo dos restaurantes em 2003. Os primeiros passos foram como cumim, depois como garçom e bartender, até chegar ao posto de maitre e sommelier. “Iniciei no Josefina, uma sociedade entre Amador Junior, até então presidente da Propeg, e Gian Angelino, dono do Bella Napoli. Iniciei como cumim e fui construindo carreira até chegar à gestão operacional”, contou ao Alô Alô Bahia.

Leo Cazinha, figura querida no meio gastronômico, está por trás do projeto | Foto: Pedro Mascarenhas

A abertura do bistrô é a realização de um sonho e, ali, embaixo de um arco da Avenida Lafayete Coutinho, ele espera fazer mais do que gastronomia. “Queremos oferecer comida e serviço de excelência, a ponto de receber pessoas da classe A, ao mesmo tempo em que abrimos espaço, seja através de cursos ou do simples exemplo, às pessoas da própria comunidade”, explica Leo.

Das mesas feitas com madeira de demolição, o cliente vê o funcionamento da cozinha | Foto: Pedro Mascarenhas

Como na Bahia ninguém anda só, ele contou com o apoio do amigo Marcos Rezende, “grande incentivador, que acredita muito em mim e no meu potencial”, revela, e do arquiteto Marcos Alan, que chegou do meio para o final da obra, trazendo “o acabamento de fino trato” e ajudando a colocar em prática as ideias do próprio Leo, como a porta em madeira de demolição, as grades e a própria cozinha.

A valorização da mão de obra e da produção local, sem dúvida, é uma das máximas do Cazinha, que, debruçado sob a Baía de Todos os Santos, não tinha por que buscar os frutos do mar em outro lugar. Eles chegam frescos na cozinha, onde são transformados em pratos extremamente saborosos, compondo um menu assinado a quatro mãos por ele e pelo jovem chef André Cerqueira.

Drinks autorais são destaque na carta | Foto: Pedro Mascarenhas

Seja no Menu Executivo ou no sistema à la carte, o cliente tem opções suficientes para testar o tempero da casa. O Alô Alô Bahia esteve no espaço na última quarta-feira (24), quando, após uma manhã de muita chuva, o sol decidiu aparecer, deixando a experiência ainda mais encantadora. Fomos recebidos com drinks autorais, preparados pelo próprio Leo. Destacam-se o Solar Bahia, com vodka, xarope de maracujá e água de coco, e o Marceneiro, uma homenagem ao amigo que construiu as mesas e a cristaleira ao lado da cozinha, à base de cachaça, blend de limão, mel e cana de açúcar. Os dois no ponto, antecipando que a experiência seria das boas.

Moela ao Demi-Glace | Foto: Pedro Mascarenhas

Das entradas, mostrando que não só de frutos do mar vive o Cazinha, chama atenção a Moela ao Demi-Glace com pão artesanal. A carne macia se desfaz na boca e o molho é de lamber os dedos, fazendo valer as 12h que leva para ficar pronto. O pão, repetido para não desperdiçar nenhuma gota do demi-glace, é da amiga do empresário, a empreendedora Rebeca Giovana.

Croquetas de Cupim com Vinagrete de Maçã Verde | Foto: Pedro Mascarenhas

Destacam-se ainda o Camarão Crocante com Chutney de Manga e Aioli de Coentro – fritura bem sequinha e crocante –, as Croquetas de Cupim com Vinagrete de Maçã Verde – igualmente bem fritas e bem recheadas – e o Crudo com Chips de Banana da Terra e Creme Azedo. As entradas foram muito bem acompanhadas por um vinho verde geladinho, que compõe a enxuta, porém acertada carta de vinhos.

Risoto de Maçã Verde com Camarões Crocantes e Azeite de Manjericão | Foto: Pedro Mascarenhas

De Prato Principal, o Risoto de Maçã Verde com Camarões Crocantes e Azeite de Manjericão é uma boa pedida, assim como o Peixe Grelhado com Gremolata, Purê de Banana da Terra e Crocante de Licuri, ambos bem servidos, bem temperados, com proteínas bem cuidadas. O peixe, inclusive, vai além dos triviais salmão, badejo ou robalo. Com uma variedade enorme nativa da própria baía, os pescadores amigos de Leo, que também é morador da comunidade, trazem espécies como o Budião-Azul – que, curado, vira o crudo de entrada – e o Beijupirá, que dispensa o uso da faca.

Peixe Grelhado com Gremolata, Purê de Banana da Terra e Crocante de Licuri | Foto: Pedro Mascarenhas

O menu segue com opções como o Arroz De Iaiá (Arroz Caldoso de Moqueca com Camarão, Peixe e Polvo com Crocante de Licuri e Picles de Quiabo) e o Bife de Chorizo com Demi-Glace de Umbu, Purê de Abóbora Assada com Mel e Provolone e Pangratato. Eles podem ser degustados no salão climatizado ou em uma das três mesas externas, em um pequeno lounge com a vista de cima do pátio do Museu de Arte Moderna (MAM-BA), sem dúvida um dos finais de tarde mais bonitos da cidade.

Sobremesas não são fixas e surpreendem cliente | Foto: Pedro Mascarenhas

Com os 12 assentos externos somados aos 22 internos, Leo recebe bem 34 pessoas, que, na hora da sobremesa são sempre surpreendidas. Não, não existem opções fixas no cardápio. O cliente pode ter a mesma sorte que tivemos de comer uma goiabada cascão com farofa de licuri numa “cama” de cavaco, opção bastante afetiva, ou a Musse Rezende, uma musse de textura elegante, de chocolate meio amargo com crumble de chocolate com licuri. Vai depender do dia, dos insumos e da criatividade da equipe! O bom é que elas podem ser degustadas com um café “raiz”, coado e servido num icônico copo americano, finalizando uma refeição especial, que posiciona muito bem a experiência gastronômica de qualidade do Cazinha. Vá lá e sinta-se em casa!

Serviço:
Cazinha Bistrô (@cazinhabistro)
Rua Desembargador Castelo Branco, nº 44 – Solar do Unhão
Funcionamento: Terça a Quimta, das 12h às 18h; Sexta a Sábado, 12h às 22h; e aos domingos, das 12h às 20h

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