O Flamengo encerrou 2025 com os cofres tão cheios quanto a galeria de troféus. Em reunião realizada com sócios na noite desta terça-feira (23), na Gávea, o presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, apresentou um balanço financeiro histórico: o clube atingiu uma receita recorde de R$ 2,071 bilhões na temporada.
O encontro serviu para celebrar o ano “perfeito” dentro de campo, com as conquistas do Carioca, Supercopa do Brasil, Brasileirão e Libertadores, e para enviar um recado direto ao mercado.
Com um faturamento recorrente (sem depender de vendas de atletas) de R$ 1,472 bilhão, o mandatário garantiu que o Rubro-Negro será ainda mais agressivo nas contratações em 2026.
“O Flamengo vai virar um monstro das Américas do ponto de vista econômico”, disparou Bap. Segundo ele, o clube saltou de uma posição próxima ao 27º lugar para o top 16 dos maiores faturamentos do futebol mundial, com a meta de entrar no top 10.
Bap utilizou comparações com rivais para ilustrar a disparidade financeira. “Nós crescemos em um ano o faturamento de um São Paulo, que era o quarto do Brasil”, afirmou.
Ele destacou que, mesmo se o Flamengo não ganhar nenhum título em 2026, a receita garantida de R$ 1,4 bilhão já supera o orçamento total de clubes como o Palmeiras.
Sobre o mercado de transferências, o presidente fez uma autocrítica inusitada, afirmando que “errou” ao ser conservador na janela do meio do ano, quando o clube investiu cerca de R$ 300 milhões.
“Se eu soubesse dos resultados que teria no fim do ano, teria feito o dobro da janela. (…) Agora é minha vez de gastar o que vocês gastaram. Vamos corrigir essa rota e não vamos deixar ninguém gastar mais do que a gente no Brasil em nenhuma janela”, prometeu, citando nominalmente os altos investimentos recentes de Botafogo e Palmeiras.
O dirigente também abordou o cenário político-econômico do futebol brasileiro, projetando que, em 2029, o Flamengo poderá ser o único clube grande do país a não ter se transformado em SAF (Sociedade Anônima do Futebol).
Em tom crítico, Bap alfinetou gestões que, segundo ele, endividam os clubes propositalmente para facilitar a venda para investidores, citando o caso do Atlético-MG como exemplo de modelo onde o mecenas se torna dono através da dívida.
“Vejo muitos dirigentes tocando o clube de maneira leniente (…) A gente tem que tomar cuidado com aventureiros e falsos messias”, alertou.