O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou a criação da Medalha Vanderlei Cordeiro de Lima, uma honraria esportiva-humanitária que reconhece manifestos de espírito olímpico, ética e humanidade no esporte. A iniciativa foi apresentada no âmbito do Prêmio Brasil Olímpico (PBO) 2025, com a primeira cerimônia marcada para 11 de dezembro, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro.
A comenda será conferida a atletas ou personalidades que tenham demonstrado atitudes emblemáticas além de desempenho ou recordes, focando em valores como integridade, respeito, solidariedade e perseverança. Segundo o presidente do COB, Marco La Porta, com esta honraria, serão celebradas atitudes que unem ética, humanidade e esportividade. “E, assim, inspiram gerações e reforçam o papel transformador do esporte na sociedade”, destaca.
O nome da medalha homenageia o ex-maratonista olímpico Vanderlei Cordeiro de Lima, medalhista de bronze nos Jogos de Atenas 2004, quando, mesmo após sofrer um ataque durante a prova, seguiu até o fim e fez o gesto histórico de mandar beijos ao público ao cruzar a linha de chegada.
“Fiquei surpreso, mas muito feliz pela escolha do meu nome em um prêmio dessa importância. […] Sou muito grato por tudo, mais uma vez, ao Comitê Olímpico do Brasil e também à ferramenta do esporte, por ter transformado a minha vida em todos os sentidos”, declarou Vanderlei ao saber da homenagem.
Assim como a clássica Medalha Pierre de Coubertin criada pelo comitê internacional, a nova distinção do COB surge como um reconhecimento simbólico, não necessariamente vinculado a resultados competitivos, mas a gestos de fair play, humanidade e superação.
Os primeiros a receberem a Medalha Vanderlei Cordeiro de Lima serão os integrantes do Quatro Sem Masculino que conquistaram o bronze durante os 2025 Junior Pan American Games, em Assunção, no Paraguai. A equipe, composta por Andrei Jessé, Diogo Volkmann, Kayki Rocha e Miguel Marques, completou a prova em 6min32s41 mesmo depois de um grave problema: a forqueta do remo de Miguel se soltou nos metros finais, deixando o barco com um remo a menos.
“Foi uma prova muito sofrida. Sabíamos que poderíamos ter ido melhor e colocado o Brasil no primeiro lugar do pódio, mas infelizmente aconteceu o que aconteceu. Mesmo diante da adversidade, conseguimos manter o foco e ainda terminar a prova com a 3ª colocação. Isso mostra o quanto estávamos focados e o quanto nos dedicamos para representar o Brasil. Estou muito feliz em receber esse prêmio e sei que vai ser mais um combustível para, no futuro, conquistar ainda mais!”, disse Diogo à época.
Para Miguel, a honra de ser homenageado com um prêmio que leva o nome de Vanderlei, referência de superação no esporte, dá ainda mais valor à conquista: “É um privilégio ser um dos primeiros homenageados pela Medalha Vanderlei Cordeiro de Lima… Agradeço ao Comitê Olímpico do Brasil pela honra de receber essa honraria”, celebrou.