Justiça limita vendas de jogadores pela SAF do Botafogo e exige aviso prévio ao clube social

Justiça limita vendas de jogadores pela SAF do Botafogo e exige aviso prévio ao clube social

Redação Alô Alô Bahia

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Eurasia Sport Images / Getty Images

Publicado em 27/11/2025 às 20:19 / Leia em 3 minutos

Uma decisão da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio, divulgada nesta quinta-feira (27), determinou que o Botafogo só poderá negociar jogadores e outros ativos depois de comunicar previamente o clube social e o próprio Judiciário, em meio à disputa entre a associação e os investidores que controlam o futebol alvinegro.

O relator do caso, desembargador Marcelo Almeida de Moraes Marinho, atendeu de forma parcial ao pedido do clube social. Ele determinou que “qualquer alienação de ativos, distribuição de dividendos ou remuneração/despesa extraordinária (…) sejam comunicados previamente ao juízo sob pena de nulidade”, trecho que, na prática, coloca sob vigilância judicial as futuras vendas de atletas e outras operações relevantes de caixa.

Ao mesmo tempo, o tribunal rejeitou dois pleitos centrais do associativo: o ressarcimento de R$ 155,4 milhões por parte da Eagle Football, dona de 90% da operação, e a nomeação de um interventor judicial para participar diretamente da gestão do futebol. Esses pedidos faziam parte de uma ofensiva do clube social para ter mais influência sobre as decisões estratégicas e sobre o fluxo de recursos ligados ao acordo com John Textor.

A SAF do Botafogo, controlada pela Eagle, é questionada pelo associativo desde que o grupo passou a enfrentar litígios com outros parceiros internacionais e reduziu os aportes diretos no clube. A direção social alega buscar “garantias financeiras” e tenta impedir que ativos, como jogadores, sejam negociados sem que a parte que detém 10% das ações e a própria Justiça acompanhem as operações de perto.

Na visão de conselheiros e dirigentes ouvidos nos bastidores, o novo bloqueio pode afetar o planejamento esportivo e financeiro para 2026, já que a venda de atletas é uma das principais fontes previstas de geração de caixa para manter salários em dia e financiar reforços. Qualquer proposta relevante precisará ser formalizada, analisada e comunicada antes da conclusão, o que tende a tornar mais lentas as negociações em janelas de transferências apertadas.

Do outro lado, a empresa que administra o futebol se disse contrária à ofensiva judicial do associativo. Em nota publicada anteriormente, a SAF afirmou que “cumpre integralmente as obrigações estipuladas no acordo firmado por seus acionistas” e classificou os pedidos na Justiça como baseados em “alegações inverídicas, sem amparo jurídico”. O comunicado também destacou o esforço para renegociar dívidas históricas e manter o clube em patamar competitivo.

A decisão desta quinta-feira não muda o controle da operação nem afasta John Textor, mas adiciona uma camada de supervisão sobre movimentos com impacto financeiro relevante. Cabe recurso por parte da SAF do Botafogo, e novos capítulos são esperados no Tribunal de Justiça do Rio à medida que o processo avança e o clube tenta desenhar seu orçamento e seu elenco para a próxima temporada.

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