Matematicamente, o título ainda é possível para o Cruzeiro. Depois do empate do Flamengo com o Atlético-MG e da derrota do Palmeiras para o Grêmio, o Rubro-Negro chegou a 75 pontos, o Palmeiras parou em 70 e a equipe mineira ficou com 68, ainda com três jogos por fazer, enquanto os rivais diretos têm só duas partidas pela frente.
O caminho da reta final ajuda a entender o cenário: o Fla enfrenta Ceará, no Maracanã, e Mirassol, fora de casa. o Palmeiras tem pela frente Atlético-MG e depois o Ceará. Já o time celeste ainda visita o Ceará, recebe o Botafogo no Mineirão e encerra contra o Santos, na Vila Belmiro.
O primeiro pré-requisito é simples na conta e enorme em dificuldade: o Cruzeiro precisa fazer 9 em 9 pontos. Com três vitórias, a equipe chegaria a 77 pontos, ultrapassando automaticamente o teto do Palmeiras, que só pode alcançar no máximo 76 se vencer seus dois compromissos restantes. Qualquer empate ou derrota da Raposa elimina a chance de levantar a taça.
A partir daí, o foco se volta totalmente para o Flamengo. Com 75 pontos e duas partidas a disputar, o rubro-negro pode terminar o campeonato entre 75 e 81 pontos. Para ser campeã sem depender de saldo de gols, a equipe mineira precisa que o Rubro-Negro some no máximo um ponto contra Ceará e Mirassol – ou seja, que tenha duas derrotas, ou um empate e uma derrota, fechando o Brasileirão com 75 ou 76 pontos, abaixo dos 77 possíveis dos mineiros.
Existe ainda um cenário teórico em que Flamengo e Cruzeiro terminam empatados com 77 pontos, caso os cariocas empatem os dois jogos finais. Nesse caso, os dois ficariam também igualados em número de vitórias, e a decisão iria para o saldo de gols, em que hoje o Flamengo tem larga vantagem. Seria preciso uma sequência quase irreal de goleadas da Raposa para virar esse critério, o que ajuda a explicar por que modelos estatísticos como UFMG e Gato Mestre dão algo em torno de 1% de probabilidade de título para o clube mineiro — “1,10% de possibilidades de ser campeão”, segundo projeção mais recente do ge.
Resumindo: para sonhar com a taça, o torcedor precisa de três vitórias seguidas do Cruzeiro, de um Flamengo que não consiga engrenar nessa reta final e, de preferência, de um pouco de ajuda do saldo de gols. As contas são claras, o caminho é estreito e a matemática ainda permite: enquanto houver rodada, a Raposa continua viva na briga. Dá pra sonhar?