SAF? Real Madrid abre caminho para ter investidor externo pela primeira vez; entenda o plano

SAF? Real Madrid abre caminho para ter investidor externo pela primeira vez; entenda o plano

Redação Alô Alô Bahia

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David Ramos | Getty Images

Publicado em 24/11/2025 às 08:12 / Leia em 3 minutos

O Real Madrid decidiu abrir pela primeira vez espaço para capital privado: Florentino Pérez apresentou aos sócios, na assembleia geral deste domingo (23), um plano para criar uma nova empresa que concentrará parte dos negócios do clube e vender cerca de 5% das ações a um investidor externo, proposta que ainda depende de mudança no estatuto e referendo entre os associados.

Na proposta de Pérez, será criada uma subsidiária que ficará responsável por ativos comerciais como direitos de marketing, exploração do Santiago Bernabéu em eventos e acordos de patrocínio, enquanto o time de futebol, a base e as decisões esportivas seguem sob controle direto da associação de sócios, sem transformação em sociedade anônima desportiva nem abertura de capital em bolsa.

Ao detalhar o projeto, o presidente afirmou que o objetivo é reforçar a competitividade financeira sem entregar o comando do clube a um fundo ou a um “dono” individual. O investidor teria uma participação minoritária, descrita como entre 5% e, no máximo, 10% dessa nova empresa, com cláusulas que limitam poder de influência e garantem ao clube o direito de recomprar as ações caso o futuro sócio decida vendê-las.

Pérez também vinculou o plano à proteção do modelo associativo e usou um discurso voltado diretamente aos sócios. “Queremos que a nossa estrutura histórica resista aos desafios do futuro e, agora mais do que nunca, precisamos que nossos 100.000 sócios atuem ativamente como guardiões do nosso legado”, afirmou o dirigente na assembleia, reforçando que os estatutos serão ajustados para reconhecer formalmente os associados como proprietários e dar valor financeiro à carteirinha de sócio.

O plano surge em um momento de pressão crescente no futebol europeu, com clubes financiados por Estados e fundos de investimento ampliando receitas e folha salarial. Enquanto rivais vendem fatias do capital, como o Atlético de Madrid, que recentemente teve a maioria das ações adquirida pela Apollo Sports Capital, o clube merengue tenta responder com um modelo híbrido que atrai recursos privados, mas mantém o controle nas mãos da massa associativa.

Pelo desenho apresentado, a mudança não é automática: primeiro, o conselho deve convocar uma assembleia extraordinária, prevista para o início de 2026, em que os sócios votarão a reforma do estatuto; depois, um referendo validará a autorização para buscar o investidor e negociar os termos finais. Entre os torcedores, o debate já começou, dividindo quem vê na medida uma forma de segurar o clube na elite econômica e quem teme que o passo abra caminho, no futuro, para uma privatização mais profunda.

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