O meio-campista Han Willhoft-King, de 19 anos, decidiu se aposentar do futebol de base do Manchester City para estudar Direito na Universidade de Oxford. Anunciada nesta segunda-feira pela imprensa europeia, a escolha do inglês, que treinava com o time principal de Pep Guardiola, foi motivada pela busca de maior estímulo intelectual e de um plano de carreira fora dos gramados.
A decisão da promessa de 19 anos do Manchester City de deixar o futebol para estudar Direito foi tratada como “atípica” na Inglaterra, já que o volante vinha sendo visto como candidato a futuro debutante no time principal após passagem pelas categorias de base do Tottenham e um ano no sub-21 dos atuais campeões ingleses. Em Oxford, ele cursa Direito no Brasenose College, um dos mais tradicionais da universidade.
Em entrevista ao jornal “The Guardian”, repercutida por veículos internacionais, Willhoft-King explicou que o problema não era apenas o desgaste físico, mas a falta de desafio fora do campo. “Eu sentia que podia fazer mais, sobretudo em nível intelectual”, disse o jogador, ao comentar que se sentia pouco estimulado na rotina de treinos, mesmo dividindo o dia a dia com estrelas como De Bruyne e Haaland. Hoje, afirma que “falta hora no dia” entre estudos, vida social e o time da universidade.
Segundo relatos da imprensa europeia, a decisão surpreendeu Guardiola e a comissão técnica do City, já que o meio-campista havia sido integrado a algumas atividades com o elenco profissional e era visto como um perfil moderno de volante, com boa saída de bola e leitura tática. Clubes e analistas apontam que o caso pode abrir debate sobre a pressão em academias de elite e sobre como conciliar formação esportiva e acadêmica em jovens atletas.
Filho de pai britânico com raízes na Indonésia e mãe chinesa-americana, nascido em Londres, Han Willhoft-King já havia chamado atenção no passado por quase defender seleções de base de outros países, além de aparecer em listas de maiores promessas da geração 2006. Agora, ao trocar os treinos em Manchester pelas salas de aula em Oxford, ele vira símbolo de um caminho raro no futebol de alto nível: abrir mão de uma possível carreira em um gigante europeu para perseguir um projeto acadêmico que considera mais fiel ao que “poderia fazer mais” além do esporte.